A Ucrânia vive uma escalada de violência com a intensificação dos chamados ataques “double tap”, estratégia militar usada pelas forças russas desde o início da invasão em 2022.
O método, já empregado anteriormente pela Rússia na Síria, consiste em bombardear um alvo e, minutos depois, atacar novamente o mesmo local, atingindo equipes de resgate e civis que prestam socorro.
Autoridades ucranianas e observadores internacionais apontam que Moscou tem utilizado drones e mísseis para executar esses ataques, considerados especialmente letais e cruéis. Um comandante da defesa aérea territorial da Ucrânia, identificado como Oleksiy, afirmou que a combinação de drones e mísseis busca aterrorizar a população e dificultar o trabalho dos socorristas.
Segundo relatos de um membro do Serviço Estatal de Emergência ucraniano, que pediu anonimato por questões de segurança, essa tática tem sido frequente. Ele descreveu um episódio recente em que um drone atingiu um complexo recreativo próximo a Kiev e, após a chegada das equipes de emergência, um segundo drone voltou a atacar o local em meio ao fogo e fumaça.
A prática também foi relatada em outras cidades, como Kharkiv, no nordeste do país, e Kherson, no sul. Imagens compartilhadas por socorristas mostram prédios em chamas e explosões logo após o início das operações de resgate, ilustrando o alto risco enfrentado por quem tenta salvar vidas nessas áreas.
Embora nem sempre haja confirmação independente da frequência desses ataques, organizações como o Instituto para o Estudo da Guerra, dos Estados Unidos, afirmam que a Rússia parece agir de forma deliberada para atingir civis e primeiros socorristas. “É muito provável que haja intenção de matar quem tenta ajudar”, afirmou a entidade em relatório recente.
O impacto sobre a população civil é agravado pela rotina de bombardeios diários, especialmente na região da capital. Na última semana, Kiev enfrentou ataques com cerca de 550 mísseis e drones em uma única noite, segundo autoridades locais. A maioria dos armamentos usados pela Rússia utiliza tecnologia de fabricação iraniana, como os drones Shahed.
Paralelamente ao avanço dos ataques russos, a Ucrânia enfrenta desafios crescentes para manter sua capacidade de defesa aérea. O governo dos Estados Unidos, principal fornecedor de armas e munições para Kiev, suspendeu recentemente o envio de lotes críticos de equipamentos por temores sobre seus próprios estoques.
A decisão norte-americana preocupa tanto autoridades quanto analistas militares, que veem no enfraquecimento do apoio externo um fator que pode acelerar conquistas russas no campo de batalha. O governo ucraniano alertou que qualquer atraso no recebimento de equipamentos de defesa só encoraja Moscou a seguir adiante com sua ofensiva.
Após conversa telefônica com o presidente Donald Trump, o líder ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que ambos concordaram em buscar alternativas para reforçar a proteção do espaço aéreo ucraniano.
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