De 14 a 20 de julho, a 22ª edição do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá – CINEMATO, celebra o cinema amazônico com uma programação gratuita potente de 62 filmes, entre curtas e longas-metragens para todos os públicos, de 18 Estados brasileiros, em Mostras Competitivas, Hors Concours, Cinema Paradiso, Cinema Escola, Sessões da Melhor Idade e o Queimada Cuiabana, para as crianças aproveitarem as férias escolares, no Teatro da UFMT. Além de atividades culturais, com a Feira Amazônia, Oficinas, Seminários e Bate-papo do universo do Audiovisual e Cinema, terá a presença da atriz Dira Paes, com a entrega do prêmio que leva seu nome, para uma personagem feminina de destaque no audiovisual e em causas socioambientais.
Os ingressos são gratuitos e já estão disponíveis a partir do dia 09 de julho no site do Festival www.festivalcinemato.com.br. E, antecedendo a abertura oficial, será realizada uma programação inclusiva, que levará o Cinema a pessoas que não terão acesso a programação do Festival no Teatro da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com o Cinema Paradiso em Instituições, além do Quilombo Lagoinha de Baixo, em Chapada dos Guimarães, neste dia 12 de julho.
Este ano o Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá bateu recorde de inscritos, com 458 filmes em apenas 9 dias, e confirma sua atuação como um dos principais festivais da região Centro-Oeste e um dos mais antigos do Brasil. Com o tema “Decolonizando a Amazônia” o evento presta uma homenagem ao cineasta Silvino Santos (1886–1970), reconhecido como o “cineasta da selva” por sua contribuição pioneira ao registro audiovisual da Amazônia no século 20.
O evento propõe uma reflexão contemporânea sobre a construção do importante território e bioma da Amazônia, destacando narrativas e sujeitos que muitas vezes são marginalizados.
ABERTURA
O evento oficial no Teatro da UFMT abre no dia 14 de julho com uma sessão especial do documentário restaurado “Amazonas, o Maior Rio do Mundo”, de Silvino Santos – que contará com uma trilha sonora ao vivo executada pelos musicistas Henrique Santian e Jhon Stuart. Realizado entre 1918 e 1920, o filme retrata a paisagem, os ciclos econômicos e o cotidiano ribeirinho da região em impressionantes imagens em preto e branco.
A obra, considerada perdida por quase um século, foi redescoberta em 2023 na República Tcheca. A sessão também marcará o início da homenagem oficial ao cineasta luso-brasileiro, autor de clássicos como “No Paiz das Amazonas” (1921), que documentou as relações de trabalho e as transformações na floresta durante o ciclo da borracha.
FILMES EM COMPETIÇÃO PARA ASSISTIR
Neste ano, 21 filmes – 6 longas e 15 curtas nacionais – foram selecionados para concorrer na Mostra Competitiva ao Troféu Coxiponé, inspirado na etnia bororo que habitava as margens do Rio Coxipó, símbolo da resistência cultural em Mato Grosso. A curadoria priorizou obras com diversidade estética e narrativa, protagonismo de grupos historicamente invisibilizados e conexões com o tema da Amazônia decolonial.
Os longas da Mostra Competitiva são "Mawé", de Jimmy Christian (AM), ficção que narra o conflito de uma jovem indígena entre os rituais de sua aldeia e a vida urbana; "Pedra Vermelha", de Cassemiro Vitorino e Ilka Goldschmidt (SC), documentário que acompanha comunidades impactadas por megaprojetos no Sul do país; "Kopenawa: Sonhar a Terra-Floresta", de Marco Altberg e Tainá de Luccas (RJ), que mergulha no pensamento cosmológico yanomami; "O Silêncio das Ostras", de Marcos Pimentel (MG), um ensaio sensorial sobre luto e meio ambiente; "Concerto de Quintal", de Juraci Júnior (RO), que transforma a música em instrumento de resistência e pertencimento; "Serra das Almas", de Lírio Ferreira (PE), que revisita a poética sertaneja em uma obra de ficção.
Já na Mostra de Curtas-Metragens, foram selecionados: "Maira Porongyta – o aviso do céu", de Kujãesage Kaiabi (MT), "Albuesas", de Glória Albues (MT), "Reagente", de Bruno Bini (MT), "Cabeça de Boi", de Lucas Zacarias (MG), "O Enegrecer de Iemanjá", de Uê Puauet (PR), "Tapando Buracos", de Pally e Laura Fragoso (AL), “Benção” (BA), “Dandara” (GO), “Coisa de Preto” de Pâmela Peregrino (SE), “Linda do Rosário” de Vladimir Seixas. (RJ), “Marcos, o Errante” de Thiago Brandão (BA), “O Último Varredor” de Paulo Alípio e Perseu Azul (MT), “A Nave Que Nunca Pousa” de Ellen de Morais, (PB), “Arame Farpado” de Gustavo de Carvalho (SP), “Mãe” de João Monteiro (RS).
A programação traz ainda a Mostra Hors Concours que exibirá obras recentes e premiadas, como: "60 Anos Depois", de Flávio Ferreira (MT), que mostra as profundas cicatrizes deixadas pela ditadura nos anos 60 no Brasil, "Cobra Canoa", de Enio José de Oliveira Staub (AM/ 2025), Doéthiro Álvaro Tukano retorna ao Alto Rio Negro no Amazonas em busca de seus ancestrais;"Peixe Morto", de João Fontenele (CE), dois amigos caminhoneiros enfrentam um problema mecânico e são ajudados por uma mulher, e "Passárgada", de Dira Paes (RJ), uma ornitóloga solitária de 50 anos mergulha em uma viagem sensorial de resgate dos seus desejos.
Para completar, a Sessão Queimada Cuiabana exibirá “Passagem Secreta", de Rodrigo Grota (PR), filme com Arrigo Barnabé, que mostra a trajetória de Alice que é obrigada a se mudar sozinha para uma pequena cidade.
32 ANOS DE HISTÓRIA
A primeira edição foi em 1993, originalmente como Mostra de Cinema e Vídeo de Cuiabá́, em um ato de resistência cultural, pois as salas de exibição se limitavam a um único cinema comercial. Portanto, o evento ousou trazer o cinema nacional para as plateias mato-grossenses, sendo pedagógico e político, transformando a cena cultural local.
Formou gerações que hoje atuam no audiovisual mato-grossense e brasileiro, como Dira Paes, que recebeu aqui seu primeiro prêmio de Melhor Atriz por “Corisco & Dadá” (1996), Fernando Meirelles, premiado por “Domésticas” (2001) antes de ganhar o mundo com “Cidade de Deus” (2002), e Hilton Lacerda, diretor e roteirista de “Tatuagem” (2014), entre outros.
Com realização do Instituto INCA-Inclusão, Cidadania e Ação, patrocínio do Governo do Estado de Mato Grosso, via Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), parceria com a Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Vivência (Procev – UMFT), Primeiro Plano Cinema e Vídeo e Canal Brasil, tem o apoio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Secretaria Municipal de Cultura, Cineclube Coxiponés -UFMT, Curso de Cinema e Audiovisual da UFMT, Rede Cineclubista de Mato Grosso (REC-MT), TV Centro América, Cinemateca Brasileira e Sociedade Amigos da Cinemateca que entram mais uma vez como apoiadora do Festival, onde vai ceder parte do acervo de Silvino para ser exibido nesta edição.
Para Luiz Borges, cineasta e idealizador do CINEMATO há mais de 32 anos, realizar um dos festivais de cinema mais antigos do Brasil e do Centro-Oeste é um desafio constante, tanto que não ocorreu de forma ininterrupta, e está na 22ª edição. “A cada edição enfrentamos dificuldades de produção e outros obstáculos, mas as conquistas e contribuições do evento para o cinema brasileiro e mato-grossense nos motivam a seguir em frente. O CINEMATO impulsionou a realização de filmes em todo o país e especialmente em nosso Estado, além de contribuir para a formação de técnicos e profissionais do audiovisual e a construir uma plateia importante para o cinema brasileiro”, destaca.
SERVIÇO
Os ingressos da 22ª edição do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá – CINEMATO estarão disponíveis no site www.festivalcinemato.com.br. Chegue em 1 hora de antecedência para confraternizar e aproveitar a Feira Amazônia, com artesanato, gastronomia e muito mais. O evento será de 14 a 20 de julho de 2025, no Teatro da UFMT, em Cuiabá (MT). A entrada é gratuita. Instagram: @festivalcin
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