Depois de uma jornada repleta de inéditas culturas e sabores exóticos, de visitar pontos turísticos famosos, de se adaptar com novo idioma e normas sociais peculiares. De comparar os aspectos positivos de um lugar com o nosso país e ter a esperança de um dia o Brasil chegar naquele sistema educacional avançado, de alta qualidade de vida e de estabilidade econômica.

Também, de reconhecer que eu tenho muito o que aprender e que não tenho todas as respostas nem sei como fazer todas as perguntas, de depender da paciência dos nativos na luta para se comunicar, de ver que há ainda gente bondosa e generosa no mundo, de ter o coração transbordando de gratidão em ver realizada uma viagem planejada e desejada por meses.

A viagem de férias foi uma excelente oportunidade de enriquecimento com lições valiosas, de crescimento pessoal, de refletir a respeito da vida, dos valores e objetivos, de fortalecer vínculos, de renovar as energias e ter motivação para superar os desafios diários.

Veio em boa hora! Recomendo.
Após essa pausa prolongada fora, como é bom voltar a sentir o calor intenso do Sol, estar num aeroporto pequeno, ouvir o linguajar cuiabano, os abraços longos dos familiares e amigos, de ser recebida com entusiasmo pelo animal de estimação, compartilhar histórias e risadas, comer os sabores familiares do feijão e da mojica de pintado.

Ah! É revigorante retomar os compromissos, as responsabilidades e a rotina diária e chegar na segurança de casa! Não há conforto comparável àquele proporcionado pela nossa própria cama, não é mesmo?

É notório, que, infelizmente, esse cenário é diferente de muitas famílias nos municípios irmãos no Estado do Rio Grande do Sul, que ainda estão cruzando por uma calamidade. Elas foram expulsas do endereço delas. Tiveram a geladeira, fogão, roupas, televisão, mesas, internet, rotinas, brinquedos, locais de higiene, necessidades básicas, parentes, memórias... cobertas pela água.

Como disse Bert Hellinger, criador da abordagem terapêutica constelação familiar, é justamente nos momentos de crise que surgem oportunidades para fortalecer os laços comunitários e exercer a empatia e a compaixão. Esses desastres naturais podem reforçar a solidariedade.

Como vêm acontecendo. Vemos toneladas de doações e milhares de voluntários com gestos de empatia, de lucidez, de acolhimento, desapego e de esperança.

Portanto, ao retornarmos ao conforto do nosso lar, que possamos estender as mãos aos que foram desalojados, auxiliando-os a reconstruir não só as moradias deles, mas também a dignidade e a esperança de dias melhores. No fim das contas, o que realmente define a nossa humanidade é o calor humano e a solidariedade.

(*) BRUNA BERTHOLDO é Advogada, Terapeuta Facilitadora em Constelação Sistêmica Familiar Individual, Neuronconsteladora e mentora de relação de casal. Escreve para HiperNotícias às quintas-feiras/Instagram e facebook: brunabertholdocf

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