Por que existimos? Essa é uma pergunta que acompanha a humanidade desde sempre. No entanto, a grande sacada da vida talvez não esteja nas respostas, mas em perceber que somos parte de um caminho bem maior do que aquilo que os olhos alcançam. A vida vai muito além das aparências — ela exige humildade para se viver em harmonia consigo mesmo e com os outros.

Querer que as pessoas aceitem nossos defeitos, enquanto julgamos as imperfeições alheias, é um contrassenso comum. Vivemos em sociedade, mas esquecemos que a convivência é uma troca: só colhemos empatia quando também oferecemos. E para evitar guerras internas ou externas, o melhor caminho ainda é a paz.

Para muitos, a vida é um campo de batalha. Há quem se prepare para vencer a qualquer custo — como se perder fosse o fim. Mas vencer não é tudo, e nem sempre significa estar diante de aplausos ou coroado de louros. O verdadeiro triunfo muitas vezes está no aprendizado silencioso, na superação íntima, naquela vitória que não aparece nas manchetes, mas que nos transforma por dentro.

Quando alcançamos um grande objetivo, raramente nos damos conta da grandeza que existe em inspirar outros com nossa jornada. Cada vitória autêntica carrega em si o poder de acender novas esperanças — não apenas para nós, mas para aqueles que nos observam em silêncio. Somos eternos aprendizes, mesmo quando a vitória nos encontra.

Ao julgarmos o mal no outro, esquecemos de olhar para dentro. A vida costuma nos provar que os maiores combates não acontecem fora, mas no campo invisível da alma. E nesse território íntimo, a humildade é uma arma valiosa — ela abre espaço para celebrar as bênçãos diárias, valorizar pequenos gestos e encerrar cada dia em paz.

Vivemos tão apressados que deixamos de comemorar pequenas conquistas. Somos duros demais conosco, como se a grandeza só estivesse nas vitórias espetaculares. Mas o verdadeiro luxo é outra coisa: é saborear as vitórias discretas, aceitar nossas imperfeições, reconhecer que em cada passo há esforço, tropeço, aprendizado. E quando isso acontece, ganhamos o privilégio de sermos chamados de experientes — não pelos títulos que ostentamos, mas pela serenidade que alcançamos.

Existir é mais do que estar aqui. É sentir, evoluir, aceitar. E quem descobre isso, encontra o significado real da palavra viver.

Wilson Carlos Fuah
Escritor, cronista e observador atento da vida política e social de Mato Grosso, é graduado em Ciências Econômica

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