A 10º edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgada em nível nacional, aponta que 15 pessoas foram mortas por policiais em Mato Grosso, em 2014 e 2015, em serviço ou fora de serviço, durante intervenções violentas e trágicas.
A pesquisa mostra que os militares matam mais do que os civis. Dos 15 alvos, 13 foram acertados por militares e 2 por civis.
A pesquisa é feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, organização não-governamental constituído em março de 2006 com intenção de levantar dados referenciais que possam subsidiar políticas públicas em prol de mudanças na área.
"A letalidade da polícia é muito alta no Brasil, em relação a outros países, principalmente os mais desenvolvidos, e em Mato Grosso não poderia ser diferente", comenta o professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Naldson Ramos da Cosa, sociólogo e membro do Núcleo Interinstitucional de Estudos da Violência e Cidadania (Nievci).
Ele aponta que a polícia mata muito devido a alguns fatorees.
Um deles é que esta é uma profissão de risco e, em um confronto, "com medo de ser atingido e perder a vida a tendência é atirar no adversário em áreas de alta letalidade como cabeça e tórax", com intuito de eliminação e não somente imobilização.
"Neste intuito, em alguns casos, ocorrem excessos", observa.
Outro aspecto que o professor observa é hegemônica a ideia de que "bandido bom é bandido morto", deixando o país de focar na reeducação de quem parte para a criminalidade.
Naldson considera ainda que há, entre policiais, um clima de descrença na Justiça. "Como veem impunidade, resolvem matar para acabar logo com essa história, em casos em que o bandido é preso e solto várias vezes, continua dando problema e, matando, ponto final", comenta o pesquisador.
De acordo com os dados apenas de 2015, no Brasil, 9 pessoas são mortas por dia por policiais e ao menos um policias também morre a serviço ou fora de serviço.
Em MT, a polícia matou menos do que foi morta.
Em 2014 e 2015, 29 policiais civis e militares foram mortos.
O Gazeta Digital tentou falar sobre o secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas, sobre o problema mas ele não deu retorno até o fechamento desta matéria.
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