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POLÍCIA Sexta-feira, 23 de Setembro de 2016, 08:48 - A | A

Sexta-feira, 23 de Setembro de 2016, 08h:48 - A | A

CRIME ACONTECEU EM JUÍNA

Justiça condena trio que sequestrou e matou mãe e dois filhos em MT

G1-MT

(Foto: Juína News)

CRIME EM JUÍNA

 

 

O juiz Vagner Dupim Dias, da 3ª Vara de Juína, município a 737 km de Cuiabá, condenou a mais de 140 anos de prisão cada um dos três homens acusados de sequestrarem, torturarem e matarem a pauladas uma mulher de 50 anos e seus dois filhos, de 14 e 18 anos, em dezembro de 2015, em uma fazenda naquele município. Os réus foram condenados pelos crimes de extorsão mediante restrição de liberdade, sequestro com resultado morte e estupro – tendo este último sido cometido pelos condenados contra a vítima de 18 anos.

 

A condenação foi requerida pelo Ministério Público Estadual (MPE) e a sentença foi proferida no último dia 19. Jânio de Souza Meireles foi condenado a 146 anos, 6 meses e 14 dias de prisão, enquanto Carmo Júlio de Souza foi sentenciado à pena de 140 anos, 5 meses e 18 dias de reclusão. Apontado como mentor do crime, José Carlos Luz Lopes foi condenado a 146 anos, 8 meses e 24 dias de prisão. Todos os condenados já estão presos. 

 

O crime ocorreu no dia 23 de dezembro do ano passado. Segundo o MP, na ocasião, José Carlos, que era amigo há anos da família, fingia visitar a fazenda quando os outros dois acusados invadiram a residência e renderam as vítimas, amarrando-as, e ainda fingiram render o acusado

 

José Carlos. Com o uso de armas de fogo, o grupo a extorquiu, obrigando-a a entregar um cartão de crédito e a senha de sua conta-corrente, de onde foram sacados R$ 1,5 mil, valor dividido entre os condenados.

 

Conforme o MP, José Carlos se aproveitou da amizade que mantinha com a família para planejar o crime e ludibriar as vítimas, afirmando ser obrigado a ser um 'intermediário nas negociações' entre as vítimas e os sequestradores.

 

“O acusado José Carlos agia com 'certa hierarquia' em relação aos demais acusados, seja na condição de tio do acusado Carmo, seja na condição de empregador do acusado Jânio, existindo, ainda, laços de amizade e intimidade entre todos os acusados, o que justifica de forma suficiente o vínculo existente entre os mesmos”, afirmou o MP, na denúncia.

 

Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que o trio tinha a informação de que o irmão da mulher havia vendido uma fazenda em Juara por R$ 700 mil e decidiu sequestrar a família, exigindo R$ 900 mil para libertá-los. Na denúncia, o MP destacou que o trio decidiu, em determinado momento, separar a mãe e os dois filhos do pai, que foi mantido sob vigia dentro da residência, cabendo ao réu Jânio a tarefa de ordenar ao homem o pagamento de resgate.

 

“Incumbiu-lhe, ainda, a tarefa de executar a vítima [o pai], após constatarem que não conseguiriam obter a quantia monetária exigida em troca da liberdade das vítimas [a mãe e os dois filhos], somente não logrando êxito em seu objetivo por circunstâncias alheias à sua vontade, eis que a vítima [o pai] entrou em luta corporal e conseguiu desarmá-lo e rendê-lo”, diz trecho da denúncia.

 

Estupro

 

Conforme o MP, a vítima de 18 anos foi estuprada pelo trio antes de ser morta a pauladas. Logo após ser violentada pelo grupo em um curral, localizado nos fundos da fazenda onde morava a família, a jovem ainda teria sido obrigada a relatar o crime ao pai, que era feito refém dentro da casa. Posteriormente, o pai relatou a violência sexual sofrida pela filha ao MP e à Justiça.

 

“Na ocasião, a vítima declarou de forma cabal ter sido estuprada pelos acusados José Carlos e Carmo, bem como por um terceiro que ela não conhecia”, diz trecho da denúncia.

 

Na denúncia, o Ministério Público ressalta que o réu Jânio foi responsável por levar a jovem de 18 anos ao local onde ela foi estuprada por Carmo e José Carlos. “O acusado Jânio também a constrangeu a manter relação sexual consigo, sendo certo, inclusive, que guardou a calcinha da vítima no bolso da calça que trajava”, diz a denúncia.

 

O crime

 

Segundo a polícia, a família vivia em uma fazenda localizada na BR-174, entre Juína e Vilhena (RO) quando o crime ocorreu. Durante o sequestro, a mulher e os dois filhos foram levados para a mata, enquanto o marido foi mantido refém dentro da casa, como forma de garantir o pagamento.

 

Segundo o sobrevivente, ele foi levado para o mato na manhã do dia 23 de dezembro, após várias negociações. Quando teve autorização do bandido para tomar água em um riacho próximo, conseguiu dominar o sequestrador, pegar a espingarda que ele portava e levá-lo até uma fazenda vizinha, onde conseguiu ajuda para amarrá-lo e acionar a polícia. O suspeito levou os policiais até onde a mulher e os dois filhos foram mantidos reféns, mas todos já haviam sido assassinados.

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