Presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato, único representante do Fórum Sindical a ser eleito no Estado, João Batista Pereira de Souza (Pros) fala ao Notícia Max sobre sua principal bandeira na Assembleia Legislativa a partir de primeiro de fevereiro, quando assume o mandato. Diz ainda ser favorável à taxação do agronegócio e avalia que faltou conscientização dos servidores na hora de eleger seus representantes.
Notícia Max - O senhor foi o único sindicalista eleito no pleito de outubro. Faltou uma maior união com a fragmentação de candidaturas, culminando com os servidores tendo apenas um representante na Assembleia legislativa?
João Batista - Talvez. Eu acho que o que faltou aos servidores públicos do Estado de Mato Grosso, é eles terem acordado. Muitos não entenderam o momento que estamos passando, eles vão acordar a partir do ano que vem, quando verem outros direitos serem retirados e ai eles ficarem apenas com o direito de reclamar, sendo que neste pleito se eles tivessem acordado eles tinham eleito mais representantes para ter uma bancada mais forte na Assembleia, e não deixar retirar os direitos dos trabalhadores do direito público.
Notícia Max - Qual foi o maior desafio nessa campanha?
João Batista - O nosso maior desafio foi fazer campanha de acordo com a nossa proposta, que era fazer de forma mais propositiva, ao invés de fazer como é a política tradicional. Buscar grandes financiamentos, grandes investidores, pessoas que têm dinheiro pra gastar, com mega estruturas. Nós resolvemos fazer diferente, fazer uma política verdadeira, a de convencimento, a de conversar com as pessoas, de elevar propostas, contar nossa história de vida, não foi fácil pra nós, porque víamos a concorrência com aqueles que tem muito dinheiro era muito grande.
Notícia Max - O senhor após assumir, pretende ser oposição ou situação?
João Batista - Na verdade, eu estou esperando o governador assumir e ver quais são os projetos que ele tem, principalmente aqueles com relação ao serviço público e seus servidores, porque nós estamos vendo que eles estão querendo manter essa imagem de que os servidores são o grande mal do estado, onde na verdade não é, os servidores são os colaboradores do estado.
Uma vez que eles administraram mal os cofres do Estado, roubaram os cofres do estado e agora estão querendo atirar a conta no lombo dos servidores do estado. Então vou esperar primeiro para ver qual é a postura dele com relação ao servidor público pra eu poder me pronunciar.
Notícia Max - Qual será sua principal bandeira na AL?
João Batista - A principal bandeira é, quando o estado cobra o imposto do cidadão ele da de retorno o serviço, infraestrutura, segurança, educação, saúde, e a minha bandeira é atuar nessa área. É fazer com que o serviço público de um modo geral, o cidadão seja atendido, a população seja atendida, tendo retorno daquilo que ela paga de imposto, então vou lutar pra um serviço público de qualidade e pelo direito e a dignidade dos servidores públicos.
Notícia Max- Quanto a eleição da Mesa Diretora, o nome do deputado Eduardo Botelho é dado como certo para a presidência. Ele tem o seu apoio? O senhor tem conversado com os postulantes ao cargo?
João Batista - Já conversei com vários candidatos a alguns cargos, e outros companheiros que não estão incluídos em participar da Mesa. O que a gente observa hoje no cenário é o nome mais forte do Eduardo Botelho, o Guilherme Maluf e a Janaina Riva disputam a vaga de secretário geral, mas não tem nada definido ainda não, mas nós já estamos em conversação com vários outros, até porque o nosso sonho era lançar uma chapa de novatos, já que vamos fazer uma nova política, vamos fazer também uma nova gestão na AL. Mas nós observamos também que nem todos os novatos são tão novatos assim e a gente não conseguiria compor uma chapa de renovação.
Notícia Max - A taxação do agronegócio promete ser um dos debates prioritários da nova legislatura. O senhor é favorável à taxação, e por quê?
João Batista - Eu sou favorável, tendo em vista que já são ai 22 anos da Lei Kandir. O estado perdendo recursos, algumas pessoas ficaram bilionárias às custas de isenção fiscal aqui no estado de Mato Grosso, as custas do benefício da Lei Kandir, enquanto a grande maioria dos pequenos produtores, pequenos empresários, pequenos comerciantes, cidadãos comuns, eu por exemplo pago ai nada, nada, mil reais todo mês que é descontado de imposto de renda, então se todo cidadão tem que pagar uma alta carga tributária, isso acontece em virtude dos grandes que não pagam e nós temos que pagar no lugar deles, então acredito que tem que ser revisto sim e se for a saída pra salvaguardar os cofres do estado, tem que ser taxado sim.
Notícia Max - O futuro governador Mauro Mendes anunciou que fará redução de secretarias e demissão de comissionados. Como o senhor analisa essas primeiras medidas?
João Batista - Eu acho que o primeiro passo não é nem falar que vai reduzir e depois agregar tudo em cima de uma outra secretaria, utilizando aí uma estrutura maior para os lucros sistêmicos para as secretarias adjuntas. A gente tem que analisar qual é o gasto que vai ser diminuído. Pode ter cinquenta Secretarias desde que os gastos sejam diminuídos, então aumentar ou diminuir Secretarias não quer dizer que vai diminuir gastos.
O que nós temos que trabalhar verdadeiramente é cortar alguns supérfluos, e aí sim, tem alguns lugares que existem excesso de comissionados que são indicações políticas, de cabos eleitorais de alguns políticos, que a gente tem que combater. Dentro dos Poderes por exemplo a gente vê onde que os poderes estão gastando excessivamente com regalias, aí sim cortar essas regalias. Não adianta só taxar o agronegócio, não adianta só cobrar do servidor publico se não cobrar dos poderes aqui também.
Notícia Max - O senhor acredita que o sistema prisional terá maior atenção no futuro governo?
João Batista - Atenção vai ter com certeza, vai ter atenção porque nós vamos levar para imprensa e agora temos a Assembleia Legislativa e se o governador Mauro Mendes não voltar os olhos para a situação caótica do sistema, e continuar como os últimos governos, eu vou fazer da tribuna da Assembleia Legislativa um palco para que a sociedade inteira conheça, porque nós pudemos contar ao longo desses últimos com os profissionais da imprensa, agora os governos viraram as costas, e eu acredito que se o Mauro Mendes quiser fazer um bom trabalho na área da segurança publica, vai ter que olhar para o sistema penitenciário também, se não olhar ai a gente vai forçar com que ele olhe.
Notícia Max - Qual a sua expectativa de trabalho como deputado?
João Batista - Eu tenho uma visão diferente de muitos deputados que foram eleitos e de alguns que passaram por ali nas legislaturas passadas. Eu venho de um movimento social, eu venho do seio da sociedade, não estou indo lá pra fazer negócio, estou indo lá para trabalhar políticas públicas. Meu objetivo é esse, é lutar principalmente pelos trabalhadores e poder conhecer também um pouco mais do estado do Mato Grosso, não só com foco nos centros das cidades, mas nas áreas rurais, nas pequenas comunidades, e pra isso inclusive desde o dia seguinte às eleições eu já tenho visitado bastante o estado do Mato Grosso, tenho conversado principalmente com aquelas comunidades mais tradicionais.
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