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13 de Julho de 2025

POLÍTICA & PODER Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016, 15:33 - A | A

Segunda-feira, 26 de Setembro de 2016, 15h:33 - A | A

VALOR ECONÔMICO

Jornal mostra que PSOL tem candidato de direita em Cuiabá

VALOR ECONÔMICO

 

Pouco prestigiado pela cúpula do PSOL, sigla que se orgulha de ser “oposição à esquerda do PT”, o candidato do partido à Prefeitura de Cuiabá foi à TV esta semana rebater críticas do pastor Silas Malafaia, gravadas para o programa dos vereadores do PSC, que o acusavam de ser a favor do aborto, da legalização das drogas, da troca de sexo e da “erotização de crianças na escola”. “Não é verdade o que eles estão dizendo [...] Sou católico praticante. Sou cristão”, rebate o procurador Mauro de Barros (PSOL), rejeitando algumas das principais bandeiras do partido. “Nossa vitória significa o fim dos privilégios e das negociatas que eles sempre tiveram, por isso esses ataques”, continua, com o discurso de renovação na política que atraiu parte do eleitorado.

Criticado por militantes de esquerda por ser “de direita” — além do vídeo em resposta a Malafaia, defendeu o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, rejeitado pelo PSOL — e pela direita pela discurso estatizante, a favor de acabar com as empresas e transferir para a prefeitura o transporte coletivo e saneamento básico, Mauro tem surpreendido os adversários: lidera as pesquisas com 30% dos votos, a frente dos candidatos dos principais grupos políticos do Estado. Em seguida, com 27% dos votos, está o deputado estadual Emanuel Pinheiro (PMDB), do grupo do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) — que está preso há um ano por suspeita de fraudes fiscais — e em terceiro o ex-prefeito Wilson Santos (PSDB), apoiado pelo governador Pedro Taques (PSDB), mas com apenas 20% dos votos.

O procurador — que, apesar do que o nome poderia sugerir, não tem ligação com o Ministério Público, mas com a Procuradoria da Fazenda Nacional — aproveita o recall de quem disputou as últimas sete eleições majoritárias e — embora possa soar contraditório com as seguidas candidaturas — o discurso de acabar com “as velhas práticas da política” para despontar como favorito desta vez. Nas contas de adversários, Mauro leva vantagem para o segundo turno por receber o apoio informal do terceiro colocado, mesmo que rejeite alianças com os políticos tradicionais, “só interessados em cargos”. É improvável, dizem políticos locais, que os dois grupos que se enfrentarão pelo governo estadual em dois anos façam aliança agora. Segundo o Ibope, hoje ele já venceria todos os adversários no segundo turno.

A liderança nas pesquisas não aumentou o pouco prestígio do candidato junto à cúpula do PSOL. Mato Grosso não tem representantes no diretório nacional do partido e Mauro só recebeu recursos do diretório local. O candidato, contudo, segue à risca uma das diretrizes: só fazer alianças com PSTU e PCO. O problema, diz, é que as duas legendas não existem no Estado — e, portanto, ele conta com um dos menores tempos de TV da campanha.

A falta de aliados já provocou problemas na eleição passada, quando foi o sétimo candidato mais votado a deputado federal, mas o partido, sem coligação, não fez votos suficientes para eleger ninguém. Foi, porém, o mais votado da capital naquela disputa, melhor resultado após amargar menos de 5% dos votos nas disputas anteriores para a prefeitura e governo do Estado.

O programa de governo também segue linha mais parecida com a do PSOL. Defende substituir as empresas de transporte coletivo por ônibus comprados pela própria prefeitura com financiamento e retomar a companhia de saneamento municipal, privatizada em 2012. O discurso, diz, não é radical, de rompimento de contratos. “As empresas de ônibus já operam sem licitação e há decisão judicial contrária à privatização. Ninguém vai provocar uma revolução socialista como prefeito de Cuiabá”, afirma.

 

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