Um dos políticos mais experientes de Mato Grosso. Ex-deputado federal, ex-senador, ex-prefeito e ex-governador, e uma das maiores lideranças do Democratas no Estado. Esse é o perfil político de Júlio Campos, o entrevistado da semana do Notícia Max, que fala sobre as conversações com o futuro governador Mauro Mendes para garantir à legenda espaço na nova gestão estadual. O democrata ainda defende a taxação do agronegócio, e prevê um primeiro ano de dificuldades para Mendes no Executivo estadual
Notícia Max - O senhor acredita que o DEM terá o reconhecimento no governo Mendes?
Júlio Campos – Veja bem, os deputados Dilmar Dal Bosco, Eduardo Botelho, Fábio Garcia e o senador Jayme Campos é que estão incumbidos dessa negociação. Mas eu acho que o governador Mauro Mendes, que é filiado ao DEM, vai dar o devido espaço que o DEM terá em seu governo. Com certeza.
Mas eles é que estão fazendo essas tratativas, principalmente o Fábio Garcia, que é presidente do partido. Inclusive está previsto para esta segunda-feira (3) uma reunião com os partidos. O governador Mauro Mendes está viajando e vai chegar no final de semana, então segunda-feira está prevista no final da tarde uma reunião dele com a executiva do partido a fim de começar a discutir os espaços dos partidos da coligação, não só o DEM, mas também o MDB, o PDT e outros partidos terão em seu governo.
Todos os partidos que participaram da coligação deverão ter espaço na nova administração que terá início em janeiro.
Notícia Max - Como o senhor analisa as primeiras medidas anunciadas pelo futuro governador?
Júlio Campos – Analiso como corretas, porque vai ter que redimensionar a máquina pública do Estado.
Mato Grosso está vivendo um momento de crise econômica e financeira das mais graves, então o governo para poder exigir a cobrança de novas taxas e impostos, primeiro tem que demonstrar que vai cortar, e o Mauro já anunciou que vai cortar 3 mil cargos comissionados, já está cortando 10 Secretarias de Estado, de 25 vai ficar 15, o que diminui muito a máquina, mas mesmo assim a economia é pouca, vai economizar R$ 150 milhões por ano, ou seja, é muito pouco pelo déficit que ele vai encontrar.
Notícia Max – Então as previsões de um primeiro ano de dificuldades com certeza vão se concretizar.
Júlio Campos – Com certeza, e vai exigir um corte não só no Executivo, como também no Legislativo, no Judiciário, no Ministério Público e outros Poderes. Todos vão ter que dar a sua parcela de contribuição e também tem que haver possivelmente uma nova taxação, uma cobrança de mais impostos de algumas áreas.
Notícia Max – O senhor é favorável à taxação do agronegócio?
Júlio Campos – Com certeza, desde que sejam os produtos vendidos no mercado interno. O que a Lei Kandir diz é o seguinte: Produtos exportados são isentos, mas produtos que se vendem internamente têm que se pagar o imposto devido.
Neste caso, segundo informação que ouvi do próprio ministro da Agricultura Blairo Maggi, 30% da produção de Mato Grosso, que é tida como toda exportada, é vendida no mercado interno, então sobre esses 30% têm que se pagar a taxa do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS, e 60% que é exportado de fato para a Europa, para China e para os Estados Unidos, essa fica isenta. Mas os 30% que é vendida em São Paulo, no Rio de Janeiro ou aqui dentro do próprio Estado de Mato Grosso tem que pagar o ICMS.
Notícia Max - E quanto as eleições de 2020 em VG, o DEM já vem preparando algum nome?
Júlio Campos – Está muito cedo, nem assumiu o novo governo e não está na hora de discutir a eleição de 2020. Meu nome desde já está descartado porque pela atual Legislação, nem eu e nem qualquer outro familiar de primeiro e segundo grau da prefeita Lucimar Campos pode pensar em candidatar em Várzea Grande, pois somos inelegíveis pela Lei Eleitoral.
Mas o DEM de Várzea Grande no momento oportuno vai analisar a possibilidade de preparar um candidato do partido para disputar as eleições de 2020, na sucessão da prefeita Lucimar Campos, já que ela não pode ser candidata à reeleição, então temos que preparar um candidato. Teremos sim um candidato, mas agora quem, ainda está muito cedo.
Temos bons nomes como o deputado Eduardo Botelho, o vice-prefeito José Hazama também é lembrado, temos vários nomes que são lembrados.
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