Cuiabá, 18 de Março de 2025
Notícia Max
18 de Março de 2025

POLÍTICA & PODER Segunda-feira, 28 de Dezembro de 2015, 10:17 - A | A

Segunda-feira, 28 de Dezembro de 2015, 10h:17 - A | A

OPINIÃO

“O STF deixou claro que o impeachment não é golpe."

 

Presidente do diretório do PSDB em Mato Grosso e uma das principais vozes da oposição no Congresso Nacional, o deputado federal Nilson Leitão explica os prós e os contras da decisão do Supremo Tribunal Federal, que mudou o rito do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, frisa que a população está totalmente engajada no processo de impedimento da presidente, e afirma que os tucanos poderão, sim, ter candidato próprio à Prefeitura de Cuiabá, citando, inclusive, alguns nomes que estariam aptos ao processo eleitoral.

Notícia Max – Como o senhor analisa a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de alterar o rito do impeachment e vetar a comissão aprovada pela Câmara?

Nilson Leitão – Bom, o que teve de novidade positiva foi afirmar aquilo que o PT e o governo vinham ventilando de forma muito forte, de que o impeachment era golpe, e o STF deixou de forma clara que o impeachment não é golpe. O impeachment é um processo constitucional, legal, que pode ocorrer e que vai ocorrer. Ele não discute a ilegalidade do impeachment, ele discute que o impeachment é legal. Isso foi a parte positiva.

A parte negativa é quando muda o rito de uma Casa que já acontece há 27 anos. Todas as eleições, ou escolha de qualquer representante de Comissões, é feita de forma secreta. Sempre foi assim há 27 anos. Pra mim me eleger presidente da PEC 215 fui eleito de forma secreta. Pra mim me eleger relator da CPI da Funai e do Incra foi de forma secreta, para eleger o presidente da Câmara é de forma secretar. Ele muda esse rito, então, não se explica muito o porque da mudança desse rito. Ele diz que não pode ter chapa alternativa. Ora, o vice-presidente da Câmara foi eleito em uma chapa alternativa. Tinha a chapa oficial e ele se candidatou individualmente e a Câmara votou nele pra vice e não na chapa oficial. Quer dizer, isso é rotina dentro da Câmara, e ele também muda isso, intransigindo dessa forma.

E o último é tirando da Câmara a decisão final de afastar a presidente Dilma, passando depois da decisão da Câmara levando para o Senado, é claro que mexe com a estrutura de decisão da Câmara Federal, e se eu disser que é bom, não é bom. É ruim, mas vamos enfrentar do mesmo jeito porque o importante é o objetivo final, que é ganhar dentro da Câmara, ganhar dentro do Senado e afastar a presidente Dilma.

Notícia Max – Mas o senhor acredita no impeachment da presidente Dilma?

Nilson Leitão – Acredito que ela já está impedida de forma velada. Ela que tem 91% de reprovação do Brasil e apenas 9% dos brasileiros dizem que ela faz uma boa gestão, o próprio brasileiro já deu o cartão vermelho para ela há muito tempo. O Congresso Nacional com a falta de base que tem para a presidente Dilma também já deu o cartão vermelho a ela. Então ela só falta sair, porque ela não tem mais credibilidade para governar, nem com a classe política, nem com o povo, nem com o mercado financeiro. Então, quando se junta essas três coisas contra a presidente, ou porque não acredita mais nela, por muitas razões, ela enganou, ela mentiu, ela usou dinheiro público para fazer campanha, fez uma má gestão, cometeu crime de responsabilidade fiscal, então, com tudo isso somado, obviamente o certo seria ela renunciar. O impeachment seria o segundo caminho e o terceiro a cassação do TSE.

Notícia Max – Não falta maior engajamento da população no processo de impedimento da presidente, como aconteceu com Fernando Collor?

Nilson Leitão – Não, a população está totalmente engajada. Não é o dia 13 de dezembro que tinha praticamente aí mais de milhões de pessoas nas ruas que vai dizer que são poucas pessoas. O brasileiro por si só todos os dias ele já está na mídia social, está na imprensa, fazendo manifestações e a própria pesquisa do Ibope todas elas estão mostrando uma queda seguida da presidente Dilma. Então, a população é claque que já está desacreditada de tudo. E esse é o grande perigo. Mas tenho certeza absoluta que no momento certo a população estará na rua.

Notícia Max – O senhor é relator da CPI que investiga a Funai e o Incra. Como está o trabalho dessa comissão?

Nilson Leitão – Estamos recebendo muitas denúncias, muitas informações, e o fato maior é que existem muitos desvios de objetivos, desvio de dinheiro, índios morrendo por falta de atendimento, a saúde e a sua logística, e o Incra um abandono geral, uma falta de respeito com o Incra enorme, com assentados e tudo mais.

Notícia Max – E o PSDB poderá ter candidato próprio em Cuiabá?

Nilson Leitão – Nós temos dois momento, o calendário nos permite isso. Nenhum partido pode deixar de ter candidatura própria, então você precisa ter a inspiração da candidatura própria e a motivação da candidatura própria. Quando chegar o momento no calendário, de sentar com outros partidos, aí sim, sentaremos com todos os partido aliados. No Brasil o sistema não permite você ganhar eleição sem apoio de outros partidos. No Brasil, assim, você não vai a lugar nenhum, então é necessário que tenhamos esse reconhecimento.

Em outros municípios nós seremos cabeça de chapa ou apoiaremos. Em Cuiabá temos condições de ser cabeça de chapa ou também podemos apoiar, é uma decisão que vai ser construída nesse processo, até porque é muito tempo até lá e não podemos ter aí, a indisciplina partidária de não criar candidatura própria.

Notícia Max – Quais seriam os possíveis  nomes na disputa em Cuiabá?

Nilson Leitão – Temos nomes sobrando. Temos dois deputados estaduais, um já foi prefeito, o outro já foi candidato. Temos vereadores na Câmara Municipal, são três nomes de vereadores, temos secretários de Estado, temos empresários, e temos outros filiando ao partido, estamos na expectativa de receber o ex-prefeito Roberto França, o Dorileo Leal, temos o Marcelo Maluf, o Permínio Pinto. Já foram colocados vários nomes que poderiam ser candidatos a prefeito. Nomes não nos faltam. O que precisa é fazer com que um  destes nomes tenham vontade, tenham a coragem e com tudo isso tenham o apelo popular, e para isso serão realizadas pesquisas a partir de janeiro, fevereiro, e depois que tivermos o time montado, com chapa de vereadores, aí sentaremos com partidos aliados para discutir esse futuro.

Notícia Max – O PSDB já começou a discutir o processo eleitoral de 2016?

 

Nilson Leitão – Começaremos agora, estamos reorganizando o partido em cada município, são 141 municípios e queremos ter candidatos em todos. O PSDB é o partido que mais cresceu no Brasil e no Estado de Mato Grosso e o nosso desejo é que de fato o partido possa eleger o máximo de prefeito. Mas é claro que no sistema brasileiro não podemos caminhar sozinhos e teremos os nossos partidos aliados e caminharemos com eles nas eleições.

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