No início da noite desta terça, o secretário estadual de Meio Ambiente, André Luis Torres Baby, teve a sua prisão decretada pelo desembargador Orlando Perri, em decorrência da operação Polygonum. O secretário vai pernoitar na sede da Polinter, em Cuiabá, e nesta quarta será encaminhado para exames de corpo delito.
Segundo informações da Polícia Civil, o secretário estava em viagem e, assim que retornou a Cuiabá, foi detido. Mais de 20 pessoas foram presas durante as três fases da operação, coordenada pela Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema), em parceria com o Ministério Público Estadual (MPE).
Há uma semana, cinco pessoas estão presas por fraudes na Sema. São elas: ex-superintendente da Sema, João Dias, os ex-assessores técnicos Alan Richard Falcão Dias, Hiago Silva de Queluz e Bruno César Caldas e ainda o ex-analista da secretaria, Guilherme Augusto.
Durante a gestão do governador Pedro Taques (PSDB), oito secretários já foram presos. O mandato do tucano se encerra no dia 31 de dezembro.
Foram apuradas diversas formas de fraudes, sendo uma delas por deslocamento de polígonos. Nessa modalidade, por exemplo, o engenheiro contratado pelo proprietário apresenta informações falsas para o órgão ambiental, deslocando a localização do imóvel rural desmatado para local onde há cobertura florestal. Esse procedimento é feito no sistema da Sema e a área se mostra com aparência de legalidade.
O órgão ambiental, cooptado, aprova o Cadastro. Estando tudo regular é possível expedir APF (Autorização Provisória de Funcionamento), indicando total regularidade ambiental. Com esse documento pode-se obter financiamentos em instituições bancárias, dispensa nos pagamentos de reposição florestal e anistias de multas por desmatamentos ilegais (que em áreas de floresta amazônica é de R$ 5.000,00 por hectare). Em um exemplo hipotético, uma fazenda que tenha desmatamentos de 200 hectares pode deixar de pagar, apenas a título de multas, R$ 1.000.000,00.
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