O câncer da pele é o câncer mais comum entre os brasileiros, representando 33% de todos os diagnósticos da doença. Ele é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele e pode ser subdividido em diferentes tipos. Voltada para a prevenção e o diagnóstico precoce, o Dezembro Laranja é mais que uma campanha é uma ato para chamar a atenção para a importância do autocuidado e da realização do check-up anual com o dermatologista, medidas essenciais para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele não melanoma corresponde a cerca de 31,3% dos casos de câncer registrados no país entre 2023 e 2024, reafirmando a relevância dessa mobilização. Nos últimos anos, o aumento na incidência dessa doença tem acendido um alerta nas autoridades de saúde, que buscam, por meio de campanhas educativas, reduzir o número de casos e incentivar práticas preventivas.

A exposição desprotegida ao sol continua sendo o principal fator de risco para o câncer de pele. Embora as campanhas de conscientização tenham contribuído para o aumento do uso de protetor solar, roupas de proteção e acessórios como chapéus e óculos com filtro UV, ainda há resistência por parte de algumas pessoas, especialmente homens. De acordo com o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel), o uso de proteção solar é mais frequente entre as mulheres, enquanto homens de cidades como Salvador e Cuiabá apresentam os menores percentuais de adesão a essas medidas.

O perfil dos indivíduos mais afetados pelo câncer de pele é composto, em geral, por pessoas de pele clara que se expõem frequentemente ao sol, seja por lazer ou por razões profissionais. Trabalhadores ao ar livre, como agricultores e pescadores, estão entre os mais vulneráveis. Além disso, pessoas que tiveram episódios de queimaduras solares na infância têm maior chance de desenvolver a doença na fase adulta. Nesse contexto, a proibição do uso de câmaras de bronzeamento artificial, vigente no Brasil desde 2009, foi uma medida importante para a redução da exposição à radiação UV, especialmente entre jovens e adultos que utilizavam essa prática para fins estéticos.

O câncer de pele pode ser classificado em três tipos principais: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma. Os dois primeiros são mais comuns e menos agressivos, enquanto o melanoma, embora mais raro, é o mais letal devido ao seu potencial de metástase. A detecção precoce é crucial para aumentar as chances de tratamento bem-sucedido. Nesse sentido, a adoção de práticas de autocuidado, como a observação de manchas, pintas e feridas que não cicatrizam, é fundamental. A regra do ABCDE, amplamente utilizada por dermatologistas, orienta a população a observar cinco aspectos nos sinais suspeitos: (A)ssimetria, (B)ordas irregulares, (C)or heterogênea, (D)iâmetro maior que 6 mm e (E)evolução de suas características.

O QUE É IMPORTANTE FICAR DE OLHO?

A exposição prolongada e repetida ao sol aumenta o risco para o câncer de pele, especialmente entre as pessoas que possuem pele clara, olhos claros, cabelos ruivos ou loiros, ou que são albinas. Mas as pessoas de pele negra também precisam se cuidar, mesmo que a incidência seja menor. Isso porque outros fatores de risco incluem indivíduos com histórico familiar, doenças de pele prévias, sistema imune debilitado e exposição à radiação artificial.

Os principais sintomas do câncer de pele são: surgimento de manchas que coçam, descamam ou que sangram. Sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor. Ou ainda feridas que não cicatrizam em 4 semanas. Assim que perceber qualquer sintoma ou sinal, procure o mais rapidamente a unidade de Atenção Primária à Saúde (APS) mais próxima de sua residência.

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