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ECONOMIA Quarta-feira, 12 de Novembro de 2025, 14:17 - A | A

Quarta-feira, 12 de Novembro de 2025, 14h:17 - A | A

Valores a receber

Bradesco e Itaú pedem à Justiça para reverter decisão que decretou falência da Oi

Segundo fontes, credores querem que empresa volte ao processo de recuperação judicial. Os dois bancos, junto com BB, Caixa e Santander, têm R$ 4 bilhões a receber da tele carioca via fiança

O Globo

Após a Justiça do Rio decretar a falência do Grupo Oi, os credores começam a se organizar para tentar reverter a situação. De acordo com fontes envolvidas no processo, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Caixa e Santander têm juntos a receber da tele carioca em torno de R$ 4 bilhões via fiança. A V.tal (e os fundos geridos pelo BTG) também está na lista, mas com valores menores, em torno de R$ 170 milhões.

 A estratégia é evitar a falência neste momento de forma a reaver a quantia de forma mais célere. Segundo fontes, o temor é que a tele está esvaziada, ja que os ativos que serão colocados à venda tem pouco valor, pois têm apenas contratos de prestação de serviço, que podem ser desfeitos. Estão na lista Oi Soluções (para mercado corporativo), Serede (manutenção de rede) e Tahto (call center).

Nesta quarta-feira, Itaú e Bradesco já entraram com recurso para tentar suspender a decisão da Sétima Vara Empresarial do Rio de Janeiro, proferida na última segunda-feira, que decretou a falência da Oi. A sentença prevê a transferência dos serviços prestados pela empresa ao longo dos próximos meses.

A expectativa dos credores é que a segunda instância do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro reverta a falência decretada pela primeira instância até que a transferência dos ativos seja concluída, destacaram as fontes.

 Os bancos, na petição, pedem a suspensão da decretação de falência até que haja um julgamento definitivo do caso.

Uma fonte lembrou que uma das principais críticas dos credores foi o ponto em que a juíza da Sétima Vara, Simone Gastesi, questionou a venda de ativos ao longo do segundo processo de recuperação judicial.

Para eles, isso pode criar uma insegurança jurídica, já que o entendimento pode levar ao congelamento dos recursos obtidos com as vendas e, em casos mais drásticos, até mesmo à reversão da venda de algumas operações.

Na decisão, a magistrada destacou: "Reputo necessário determinar a indisponibilidade do produto de toda alienação de bens realizada na segunda recuperação judicial, sendo que a medida ampla ora adotada será, posteriormente, restrita às que vierem a se mostrar necessariamente impugnáveis, conforme indicação a ser apresentada pelo gestor judicial – ou Ministério Público - em incidente apartado".

 Ela listou que os principais ativos da Oi vendidos ou onerados ao longo de segunda recuperação judicial foram a rede de cobre, Oi Fibra (hoje Nio), Oi TV e imóveis.

Em seu recurso, o Bradesco, representado pelos escritórios SOB Advogados e Machado Meyer, afirmou que a administração da Oi não alienou as unidades produtivas — ou seja, os ativos da companhia — de forma tempestiva, já que as vendas estavam previstas no próprio plano de recuperação judicial, "o que impediu, assim, o grupo de obter recursos financeiros".

 Oi fornece rede para o Bradesco
O banco acrescenta ainda que "a quebra de um dos maiores grupos econômicos da América Latina, em detrimento da manutenção de sua recuperação judicial, será potencialmente mais prejudicial não só à coletividade de todos os credores, mas também ao próprio interesse público e àqueles que contrataram seus serviços".

O Bradesco diz ainda que a Oi, hoje, presta serviços de redes de dados, voz, serviços em nuvem e Wi-Fi para o banco, atendendo "uma parte importante dos clientes do banco, envolvendo centenas de agências, predominantemente nas regiões Norte e Nordeste, as quais, como se sabe, abrangem municípios situados em áreas longínquas".

O banco diz ainda que é preciso cautela para a decretação de falência, já que o grupo possui ativos substanciais, que foram parte de um plano de pagamento organizado e benéfico aos credores, conforme aprovado em Assembleia Geral de Credores. O Bradesco afirma confiar que será concedido o efeito suspensivo da falência.

A instituição alega que é necessário determinar e regular o cumprimento do plano de recuperação judicial ou, de forma alternativa, votar um novo aditamento (versão), com alterações a serem discutidas com os credores em uma nova Assembleia Geral de Credores.

 O Bradesco diz ter um crédito fora do processo de recuperação judicial de R$ 74,3 milhões. O Bradesco diz ainda que é preciso que a Oi venda seus ativos. O banco cita os 7.877 imóveis que estão em nome da companhia e de suas subsidiárias, com valor aproximado de R$ 5,8 bilhões. Nesse sentido, afirma, que "a alienação dos ativos, por meio da arrecadação de recursos para pagamento dos credores, permitiria uma reorganização patrimonial eficaz e menos destrutiva do que a liquidação falimentar". Assim, acrescenta o banco, a continuidade da recuperação judicial possibilitaria uma alienação organizada e planejada dos ativos.

Itaú: faltou trabalho conjunto com órgãos públicos
O Itaú, que também é representado pelo escritório SOB Advogados, destacou que é preciso extrema cautela na decretação de falência da Oi. Por isso, o banco também pede a concessão do efeito suspensivo da decisão. O Itaú afirma possuir dívidas quirografárias (sem garantia real) que somam aproximadamente R$ 2,06 bilhões. O banco acrescenta que "o presente recurso tem por escopo garantir a continuidade da recuperação judicial, por se tratar do meio mais eficiente e menos oneroso, tanto para a satisfação dos credores quanto para a manutenção das atividades empresariais, que possuem notória importância nos âmbitos público e privado".

Segundo o Itaú, a decretação de falência, de forma "precipitada", desconsiderou alternativas viáveis de reestruturação, bem como o trabalho conjunto de órgãos públicos e dos gestores judiciais. Segundo o Itaú, além dos imóveis, o Grupo Oi possui participações societárias, reservas de cobre, depósitos judiciais, direitos creditórios e valores relacionados a processos arbitrais. A estimativa do ativo total, de acordo com o banco, varia entre R$ 20,1 bilhões e R$ 50,1 bilhões.

 

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