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ECONOMIA Quinta-feira, 14 de Agosto de 2025, 07:36 - A | A

Quinta-feira, 14 de Agosto de 2025, 07h:36 - A | A

setor de base florestal

Fiemt propõe carta conjunta para amenizar impactos da tarifa dos EUA

Durante as discussões, foram apresentados cenários sobre o impacto econômico da medida, riscos de redução de postos de trabalho e estratégias para reduzir as perdas para indústrias e trabalhadores

Fiemt

A Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) promoveu nesta quarta-feira (13), em parceria com o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem), um debate institucional para discutir os efeitos do aumento tarifário imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, medida que atinge diretamente a indústria de base florestal do estado. Estiveram presentes diversos representantes de sindicatos e associações de trabalhadores do Estado.

Durante as discussões, foram apresentados cenários sobre o impacto econômico da medida, riscos de redução de postos de trabalho e estratégias para reduzir as perdas para indústrias e trabalhadores.

O presidente da Sistema Fiemt, Silvio Rangel, propôs a criação de uma carta conjunta, a ser assinada por representantes da indústria e dos trabalhadores, com medidas concretas que possam amenizar os efeitos negativos do tarifaço. O documento será encaminhado aos governos estadual e federal como forma de buscar apoio institucional e políticas de mitigação.

“Não podemos enfrentar essa crise de forma isolada. A união entre empregadores e empregados é essencial para mantermos a competitividade, proteger os empregos e garantir que o setor continue contribuindo para a economia de Mato Grosso”, afirmou o presidente.

O presidente do Cipem, Ednei Blasius, destacou que mais de 26% da produção de madeira nativa de Mato Grosso é exportada para os Estados Unidos, sendo que um dos principais produtos (o piso de madeira maciça com acabamento) é direcionado exclusivamente ao mercado americano e continua sujeito às tarifas, mesmo após as recentes alterações anunciadas pelo governo norte-americano.

Segundo ele, esse produto não encontra alternativas viáveis de comercialização em outros mercados, como Europa ou Ásia, devido às especificidades técnicas e à demanda restrita ao consumidor americano. “Sem ter para onde direcionar a produção, há risco de desemprego praticamente total nas linhas de produção voltadas a esse mercado, que empregam de 60% a 70% de mão de obra feminina altamente especializada”, disse.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Madeireira de Juína e Região (Stimajur), João Alves da Luz, reforçou a importância da união entre empregadores e empregados na defesa do setor e da manutenção dos empregos. Ele lembrou que, em sua base sindical, que se estende de Juína a municípios como Colniza e Aripuanã, cerca de 80% dos empregos dependem diretamente da indústria madeireira, que reúne mais de 180 empresas na região.

“Quando a empresa não consegue trabalhar como deseja, quem paga a conta somos nós, trabalhadores. Cada emprego perdido significa uma família inteira sem renda, e não temos outra alternativa de sustento além de vender nossa força de trabalho. Por isso, é fundamental que o governo inclua medidas específicas para os trabalhadores no pacote de apoio e não deixe o setor madeireiro à margem das negociações”, afirmou.

Entre as lideranças presentes estavam o vice-presidente da Fiemt, Jandir Milan; o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Claudio Ottaiano; o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos de Mato Grosso, Manoel de Souza; o presidente da Força Sindical, Noel Inacio da Silva; o superintendente regional do Trabalho, Gerson Delgado; e o presidente da Federação dos Trabalhadores da Indústria (Fetiemt), Ronei Lima.

Também participaram representantes do Sindicato dos Empregados em Postos de Combustíveis de Mato Grosso (Sinpospetro-MT), do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas de Carnes e Derivados da Alimentação de Lucas do Rio Verde (Sintralve), do Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Noroeste de Mato Grosso, do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Mato Grosso (Sintia), do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Cuiabá e Municípios e do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário da Região Norte do Estado de Mato Grosso.

Panorama do setor

O estado conta com 1.359 estabelecimentos e 10.869 trabalhadores atuando no setor, que engloba desde serrarias até a fabricação de móveis e artefatos de madeira, conforme informações do Observatório de Mato Grosso.

As serrarias com desdobramento de madeira em bruto representam quase metade das empresas (48,64%) e empregam 59,55% da mão de obra. A fabricação de móveis responde por 30,76% dos estabelecimentos e 18,27% dos empregos, seguida por outras atividades como resseragem, produção de chapas e artefatos diversos, que juntas mantêm milhares de postos de trabalho espalhados por Mato Grosso.

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