O coral ‘Renascendo em Cristo’, formado por recuperandos do Centro de Ressocialização do município de Cáceres (175 km de Cuiabá), se apresentou para os idosos que vivem no ‘Lar Servas de Maria’, nesta terça-feira (22.12). De acordo com a direção da unidade, o objetivo era levar um pouco de afeto e calor humanos aos cidadãos que, por vezes, ou perderam seus familiares, ou foram abandonados por eles.

Esta ação de cunho solidário representou muito para o aposentado João Camargo da Silva, 67 anos. “Desde cedo vivo sozinho, meus pais morreram quando eu ainda era jovem e nunca me casei, e isso me faz sentir muito sozinho nesta época do ano; ter a visita deste pessoal é, por assim dizer, um alívio”.

“Os apenados desta unidade levaram alegria, por meio de cantigas natalinas, aos idosos do asilo; fizemos também exposição de artesanatos – estes feitos pelos próprios recuperandos da unidade”, destaca o diretor da unidade de Cáceres, Revetrio Francisco da Costa.

A apresentação feita pelos recuperandos representa ainda o exercício da cidadania, função essencial para que estes retornem a sociedade aptos ao convívio com outros cidadãos. “A participação social destes indivíduos, com cada um fazendo sua parte nessa construção, assumindo responsabilidade na sociedade, é importantíssimo para o processo de ressocialização”, explica o secretário adjunto de Administração Penitenciária, Luiz Fabrício Vieira Neto.

O gestor lembra que estas atividades promovidas extramuros indicam ao preso um sinal democrático. “Por meio de atividades como estas, em que eles têm que dar algo a sociedade sem receber nada material em troca, só o carinho do próximo, sinaliza um começo, onde eles passam a criar noções de conscientização da realidade social; sensibilização das pessoas para a maneira de tratar o outro; estímulo da solidariedade; descoberta de outros talentos em si e nos outros; resgate e exercício de valores humanos, como compaixão, solidariedade; e isso é só o começo”.

‘Lar Servas de Maria’

Fundado em maio de 1972, a casa de repouso tem hoje 36 internos, a maioria doente, portadores de necessidades especiais, (físicas e psicológicas leves), com idade acima de sessenta anos. A entidade é mantida com os recursos oriundos da aposentadoria dos próprios internos e doações da sociedade cacerense. Dezoito funcionários trabalham no local.

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