O contratorpedeiro USS Gravely, um navio de guerra dos Estados Unidos, chegou neste domingo a Trinidad e Tobago, um pequeno arquipélago situado na frente da Venezuela, em um momento em que o presidente americano, Donald Trump, intensifica sua pressão sobre o líder venezuelano, Nicolás Maduro. O deslocamento da poderosa força naval americana marca um dos momentos de maior tensão na região, em meio a uma campanha de afundamentos de barcos supostamente usados por narcotraficantes em águas internacionais próximas à Venezuela e à Colômbia.
O destróier permanecerá atracado em Port of Spain, a capital de Trinidad e Tobago, até a próxima quinta-feira, período durante o qual uma unidade de fuzileiros navais americanos realizará um treinamento conjunto com as Forças Armadas do pequeno país caribenho.
— Há uma boa razão para [os EUA] trazerem seu navio de guerra para cá. É para ajudar a limpar os problemas de drogas que estão no território venezuelano — disse Lisa, uma moradora de 52 anos que prefere não revelar seu sobrenome. — É por uma boa causa, muitas pessoas serão libertadas da opressão e do crime.
A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, é uma fervorosa apoiadora de Trump e adotou, desde sua posse, um discurso virulento contra a imigração e a criminalidade venezuelana em seu país. Caracas, por sua vez, acusa o novo governo trinitário de servir aos interesses de Washington.
Trump avalia operações dentro da Venezuela
Trump está considerando atacar instalações de produção de cocaína, além das rotas do narcotráfico, dentro da Venezuela, embora ainda não tenha decidido avançar, afirmaram três autoridades americanas à CNN no sábado. Em paralelo, Washington anunciou o envio de porta-aviões para as águas da América do Sul.
Durante o voo para a Ásia, a bordo do Air Force One, Trump reafirmou que a próxima fase da ofensiva antidrogas será terrestre. Questionado por repórteres sobre quais alvos na Venezuela poderiam ser atingidos, respondeu apenas:
— Estamos impedindo praticamente toda a entrada de drogas por mar e vamos impedir toda a entrada por terra muito em breve. Vocês verão isso começar — afirmou o presidente, acrescentando que as ações contra o narcotráfico têm como objetivo “salvar vidas e proteger a segurança nacional”.
Autoridades afirmaram que este aumento de forças americanas na região visa tanto operações navais contra embarcações suspeitas quanto dar opções a Donald Trump caso opte por ações em solo. O republicano, vale lembrar, também autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela.
— Há planos na mesa que o presidente está considerando — disse à CNN um funcionário do governo, acrescentando que “[Trump] não descartou a diplomacia”.
Recentemente, a CNN noticiou que Trump considerava ataques dentro da Venezuela como parte de uma estratégia para enfraquecer o presidente venezuelano, Nicolás Maduro — e o Trump já sugeriu publicamente sobre operações em terra. O republicano, no entanto, ainda não deixou claro o que isso implicaria, e o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, sugeriu que "rotas" de drogas poderiam ser alvos.
Alguns funcionários do governo Trump, ainda de acordo com a CNN, defendem que a campanha antidrogas pode ser aproveitada para pressionar figuras próximas a Maduro e provocar fissuras que levem a uma mudança de regime. Eles acrescentaram, porém, que o presidente americano "não tem pressa" para tomar uma decisão definitiva. Um vídeo recém-divulgado mostra Maduro, em inglês, implorando pela paz.
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