A Rússia está buscando apoio militar de países asiáticos e africanos, incluindo o Laos, para reforçar suas operações na guerra contra a Ucrânia, de acordo com informações divulgadas pela Diretoria Principal de Inteligência (HUR) ucraniana no último sábado (5).
Sob o pretexto de que o efetivo faz parte de missões humanitárias, o Kremlin planeja enviar até 50 construtores militares do Laos para realizar operações de desminagem na região russa de Kursk, na fronteira com a Ucrânia.
Kursk foi alvo de uma operação surpresa das forças ucranianas em agosto do ano passado e liberada pelos russos em abril deste ano. Por causa do conflito, parte da infraestrutura local foi destruída.
De acordo com a inteligência ucraniana, a Rússia tenta legitimar a presença de forças estrangeiras em seu território ao classificá-las como apoio a projetos humanitários, mas, na prática, essas tropas serão usadas para apoiar operações de combate contra a Ucrânia.
“A Rússia, escondendo-se atrás de uma retórica humanitária, está tentando legalizar a presença de um contingente militar estrangeiro em seu território, usando-o efetivamente para apoiar operações de combate contra a Ucrânia”, declarou a HUR.
O Laos, um país altamente dependente de ajuda externa, expressou disposição para enviar até 50 “soldados engenheiros de combate” para auxiliar nos esforços de limpezas de minas terrestres em Kursk.
Além disso, a liderança laosiana se comprometeu a oferecer serviços de reabilitação gratuitos para militares russos feridos em combates na Ucrânia, segundo a HUR. Algo parecido é ofertado pela Coreia do Norte, que recebe soldados da Rússia para tratamento.
As relações militares entre Rússia e Laos são estáveis, mas predominantemente unilaterais. O Laos recebe equipamentos e treinamento militar da Rússia, enquanto Moscou utiliza essa cooperação para reforçar sua imagem como um “ator global” e expandir sua influência na região.
Apesar disso, o exército laosiano é considerado mal equipado, com recursos de defesa limitados, o que torna a parceria mais simbólica do que estratégica, de acordo com a United24 Media, plataforma de notícias do governo ucraniano.
Envolvimento norte-coreano
Além do Laos, a Rússia tem intensificado a cooperação com outros países para suprir suas necessidades na guerra. A Coreia do Norte, por exemplo, planeja enviar entre 25.000 e 30.000 soldados adicionais para operações de linha de frente ao lado das forças russas nos próximos meses, segundo a Ucrânia.
Inteligências ocidentais estimam que o regime de Kim Jong-un enviou à região de Kursk cerca de 11.000 soldados em outubro do ano passado e outros 3.000 entre janeiro e fevereiro deste ano.
As autoridades também acreditam que cerca de 5.000 desses soldados tenham sido mortos ou feridos em combate desde então.
Em abril, um comandante do exército ucraniano disse à revista britânica The Times que os norte-coreanos estavam sendo obrigados a atravessar campos cheios de armadilhas e explodir como “detectores de minas humanos”, um após o outro.
No último mês de junho, a agência estatal russa TASS anunciou que a Coreia do Norte planeja enviar 6.000 engenheiros militares para Kursk. A iniciativa busca limpar minas terrestres e restaurar a infraestrutura destruída da região.
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