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AGRONEGÓCIO Segunda-feira, 03 de Novembro de 2025, 17:31 - A | A

Segunda-feira, 03 de Novembro de 2025, 17h:31 - A | A

OSCILAÇÃO

Acordo entre EUA e China pressiona soja brasileira

Nova dinâmica tornou a soja dos EUA mais competitiva no curto prazo

Agrolink

Na primeira semana de novembro, o mercado global da soja foi impactado por fatores geopolíticos e climáticos. O acordo comercial entre Estados Unidos e China impulsionou a cotação em Chicago, mas as adversidades climáticas no Brasil e o recuo nos prêmios de exportação anularam os ganhos para o produtor nacional. Segundo dados do boletim informativo da Grão Direto, a situação exige cautela e atenção redobrada do setor.

O contrato de novembro de 2025 na Bolsa de Chicago (CBOT) subiu mais de 5,5%, alcançando US$ 11,00/bushel, após o anúncio de retomada das compras chinesas da safra americana e redução nas tarifas de importação – de 57% para 47%. No entanto, os produtos brasileiros seguem enfrentando alíquotas de até 50%.

Essa nova dinâmica tornou a soja dos EUA mais competitiva no curto prazo, forçando o mercado brasileiro a cortar margens para manter compradores. Como reflexo, os prêmios para embarques em 2026 recuaram, eliminando boa parte do ganho externo visto na CBOT.

Enquanto o mercado externo mostrava volatilidade, o cenário interno enfrentava atrasos no plantio. De acordo com a Conab, até 25 de outubro, apenas 34,4% da área prevista de soja estava semeada, frente à média histórica de 42,5%. A lentidão é atribuída ao calor acima da média e à irregularidade das chuvas no Centro-Oeste.

As previsões para os próximos dias indicam manutenção do quadro climático extremo. No Matopiba e Centro-Oeste, o calor intenso e a ausência de chuvas devem seguir limitando o avanço da semeadura. Já no Sul, uma frente fria pode provocar chuvas excessivas, ameaçando lavouras recém-plantadas no Paraná e em Santa Catarina.

No front econômico, a expectativa é pela reunião do Copom nos dias 4 e 5 de novembro. Com possível manutenção da Selic em 15% ao ano, o diferencial de juros entre Brasil e EUA aumenta, favorecendo a entrada de capital externo e o fortalecimento do real. Um real mais valorizado, por sua vez, pressiona o câmbio – o que pode reduzir a competitividade da soja brasileira, embora também diminua custos de produção atrelados ao dólar.

Perspectivas 

O mercado acompanha agora a confirmação das compras anunciadas pela China, estimadas em 12 milhões de toneladas ainda em 2025. No entanto, a paralisação do governo norte-americano impede a publicação dos relatórios oficiais do USDA, mantendo a incerteza quanto à real demanda. A combinação de fatores geopolíticos, câmbio, clima e incertezas quanto à demanda deve manter a volatilidade no mercado da soja nas próximas semanas. O momento é de atenção para produtores que buscam rentabilidade em meio a um cenário instável.

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