A defesa do médium João de Deus entrou com pedido de liberdade no Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido foi sorteado para o ministro Gilmar Mendes, mas, como foi apresentado após o início do recesso do Judiciário, será analisado pelo presidente do Supremo, Dias Toffoli, que está de plantão. O preso sempre negou as acusações.
Entenda os rumos da investigação
Na quarta, o ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o pedido de soltura, e a defesa entrou com pedido no STF, ainda no final da tarde de quarta-feira (19), conforme o portal do órgão. João de Deus está preso desde domingo (16) e é suspeito de abusos sexuais durante atendimentos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, Goiás.
A defesa argumenta que o médium é réu primário, tem residência fixa, é idoso e possui doença vascular grave. O G1 não conseguiu contato com o advogado dele, Alberto Toron.
A situação atual
Ministério Público recebeu 506 relatos de abusos sexuais
- Polícia Civil colheu depoimentos de outras 15 mulheres e aguarda ouvir mais uma. Apenas 1 caso deve virar inquérito
- Há relatos de supostas vítimas de seis países e vários estados brasileiros
- Médium é investigado por estupro, estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude
-MP e polícia também querem apurar denúncia de lavagem de dinheiro
- Não há pedido para suspensão do funcionamento da Casa Dom Inácio de Loyola
Investigação
João de Deus teve a prisão decretada na sexta-feira (14) a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO). No domingo, ele se entregou à polícia em uma estrada de terra em Abadiânia.
O médium prestou depoimento em seguida, durante três horas. João de Deus afirmou à Polícia Civil que, antes de as denúncias virem à tona, foi ameaçado por um homem, por meio de uma ligação de celular. Além disso, negou os crimes e que tenha movimentado R$ 35 milhões nos últimos dias.
O jornal "O Globo", a TV Globo e o G1 têm publicado nos últimos dias relatos de dezenas de mulheres que se sentiram abusadas sexualmente pelo médium. Os casos vieram à tona no programa Conversa com Bial de 7 de dezembro. Não se trata de questionar os métodos de cura de João de Deus ou a fé de milhares de pessoas que o procuram.
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