A Polícia Civil quer traçar nesta quarta-feira (12) o percurso do atirador Euler Fernando Grandolpho entre a casa dele, em Valinhos (SP), até a Catedral Metropolitana de Campinas (SP), onde matou quatro pessoas e feriu outras quatro antes de cometer suicídio na tarde de terça-feira (11), segundo a Polícia Militar. Os policiais também vão investigar um diário encontrado na casa dele com sinais de que se sentia perseguido.
Os policiais civis disseram à EPTV, afiliada da TV Globo, que Euler Grandolpho almoçou em casa com a família. E cerca de uma hora e quinze minutos depois cometeu os assassinatos logo após o fim da missa das 12h15.
Os policiais querem saber como ele se deslocou da residência da família em um condomínio fechado em Valinhos ao templo católico, já que não tinha carro. Querem descobrir também se o atirador se encontrou com alguém, ou teve algum desentendimento.
"Ainda falta entender o trajeto da casa até a igreja, motivação exata ainda não temos, mas tudo indica que isso decorreu de um surto psicótico, ou seja, uma coisa dessa que se agravou", disse o delegado José Henrique Ventura, que comanda as investigações pelo Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo-Interior 2 (Deinter-2).
Diário e perseguições
De acordo com o delegado, os investigadores descobriram que o atirador fazia uma espécie de diário onde anotava placas de carros e outras informações sobre supostas perseguições a ele.
"Ele tinha um perfil de se sentir perseguido. Chegou a registrar boletins de ocorrência e segundo consta, até em função desse perfil, que poderia vir de uma depressão, ele fez uma consulta no CAPS que é um centro de apoio psicossocial para tratar disso", afirmou o delegado do Deinter-2.
Depressão e armas
Os familiares confirmaram que o atirador chegou a fazer tratamento para depressão e temiam que ele cometesse suicídio. O pai disse aos policiais desconhecer o fato de o filho ter armas. O atirador estava com duas armas, ambas com numerações raspadas, alvo das investigações nesta quarta-feira.
"A família hora nenhuma desconfiou que ele poderia ter alguma arma, ele nunca falou em arma, nunca foi visto com arma, as vezes quando estava depressivo tinha conversas estranhas, o que fazia com que eles temessem que pudesse cometer um suicidio, mas não essa tragédia", explicou o delegado Ventura.
Veja outras questões a serem respondidas
- Motivação do crime;
- MOrigem das armas, que estavam com numeração raspada;
- Os passos do atirador antes do atentado;
-A relação do autor com a Catedral e eventuais frequentadores da igreja;
Quem são os mortos?
Morreram no ataque na Catedral de Campinas:
- Sidnei Vitor Monteiro, 39 anos
- José Eudes Gonzaga, 68 anos
- Cristofer Gonçalves dos Santos, 38 anos;
- Elpídio Alves Coutinho, 67 anos.
Velórios e sepultamentos
Na manhã desta quarta-feira (12) os cemitérios de Campinas começaram a confirmar os horários dos velórios. A vítima Sidnei Vitor Monteiro, de 39 anos, será sepultado no Cemitério Parque das Flores às 13h30. O velório dele começou às 5h20.
A Serviços Técnicas Gerais (Setec) informou que o corpo do Cristofer Gonçalves dos Santos será enterrado às 13h. E José Eudes Gonzaga Ferreira, às 15h. Ambos no Cemitério dos Amarais.
O corpo de Elpídio Alves Coutinho está sendo velado na Igreja de São Domingos. O sepultamento será às 16h30 no Cemitério Municipal de Monte Mor (SP).
O corpo de Euler Fernando Grandolpho será sepultado às 14h no Cemitério Flamboyant, em Campinas.
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