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CIDADES Sexta-feira, 01 de Dezembro de 2017, 08:16 - A | A

Sexta-feira, 01 de Dezembro de 2017, 08h:16 - A | A

DEZEMBRO VERMELHO

A cada dia uma pessoa descobre ter Aids em MT

GD

Reprodução

Dezembro vermelho

 

A cada dia pelo menos uma pessoa descobre ter Aids em Mato Grosso. Já são mais de 12 mil pessoas convivendo com a doença no Estado. Neste ano, 306 casos foram notificados até outubro e mais de 70% em homens.

 

No dia em que se comemora o “Dia Mundial de Luta Contra a Aids”, (1º de Dezembro), os avanços em relação à doença são reconhecidos mas, segundo portadores do vírus HIV ou da doença, ainda é preciso avançar em relação ao atendimento e tratamento das pessoas infectadas. No Estado, por exemplo, apenas 85 municípios oferecem os testes rápidos para detecção do vírus.

 

Esse ano foi instituída no país a Campanha Nacional de prevenção ao HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), denominada “Dezembro Vermelho”, com foco na prevenção, assistência, proteção e promoção aos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV/Aids.

 

O “Dezembro Vermelho” foi fixado no calendário nacional a partir da Lei 13.504, publicada em novembro deste ano, que tem em seu programa um conjunto de atividades e mobilizações que serão realizadas em parcerias entre o Poder Público, sociedade civil e organismos internacionais.

 

Representante estadual da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids (RNAJVHA), Lucas Patrick Machado reconhece que políticas públicas como o “Dezembro Vermelho” e o “Dia Mundial de Luta” são muito importantes na luta contra a doença. No entanto, ele lembra que as ações não podem se concentrar apenas nessas datas. Conforme ele é urgente e importante que as campanhas sejam feitas durante todo o ano, e não só no Carnaval e em dezembro.

 

“Estamos vivendo novamente uma epidemia de várias doenças sexualmente transmissíveis, entre elas a Aids. É preciso que as campanhas sejam diárias e não apenas a título de alerta, mas também de aconselhamento e acolhimento”.

 

Há ainda outros pontos que precisam avançar como, por exemplo, a melhoria das estruturas e serviços oferecidos nas unidades de Serviço de Assistência Especializada (SAE). Há também a necessidade de melhoria no fornecimento dos testes rápidos e medicamentos, e a capacitação dos profissionais da saúde de forma geral.

 

Lucas lembra que em Mato Grosso ainda existem pessoas que precisam percorrer mais de 200 km para conseguir realizar um teste rápido. “Em muitas cidades as pessoas que necessitam não sabem nem mesmo onde procurar”.

 

Em relação aos SAEs, ele explica que apesar da boa vontade das pessoas que trabalham nessas unidades, a estrutura para atendimento é precária e deixa a desejar. “Muitos deles precisam passar por reformas em suas estruturas, além da necessidade da troca de móveis e equipamentos utilizados para o atendimento a quem faz o tratamento”.

 

Quanto à capacitação dos profissionais, ele lembra que aqueles que trabalham nos SAEs são os únicos preparados para o atendimento e quando uma pessoa procura outro local, como uma Unidade de Pronto Atendimento, por exemplo, ainda se depara com o espanto e o despreparo de profissionais. “Quando você chega precisando de um atendimento e diz ser soropositivo, muitos não sabem como agir”. 

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