As condições climáticas adversas e a demanda global por commodities são os grandes responsáveis pelo salto do IGP-M em outubro, divulgado nesta quarta-feira pelo FGV Ibre. O indicador, conhecido como a inflação do aluguel, registrou uma forte aceleração em outubro, com alta de 1,52%, quando em setembro havia fechado em 0,62%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 1,94%, puxado pelas commodities. No ano, o IGP-M acumula elevação de 4,20%. Em 12 meses, o índice chega a 5,59%. Em 12 meses fechados em outubro de 2023, a taxa acumulava queda de 4,57%. Pela primeira vez o mercado projetou a inflação acima da meta. No Boletim Focus desta segunda-feira, a estimativa para o IPCA foi de 4,55%.
- As commodities são em sua grande maioria agropecuárias e metálicas. As maiores contribuições do grupo agropecuário vieram da soja (em grãos), do milho (em grãos), dos bovinos e das carnes bovinas. A severa seca que assolou o campo continua afetando as safras agrícolas. Diante desse cenário de incerteza, os produtores reduziram a comercialização dos grãos, pressionando a oferta. Pelo lado da demanda, o aumento da procura pela indústria agravou a oferta já limitada. No caso do milho, um volume de colheita mais tímido foi crucial para que o preço continue em alta - explica Matheus Dias, pesquisador do FGV Ibre.
No caso dos preços dos bovinos, dois fatores explicam a recente valorização, diz o pesquisador:
- Primeiro, o clima adverso, que torna o pasto mais seco e encarece os principais grãos usados na alimentação (soja e milho), elevando assim o custo de produção do gado. O segundo fator vem do cenário externo: a desvalorização do câmbio aumentou a demanda internacional por carne bovina brasileira. Em comparação com 2023, China, Estados Unidos e Turquia ampliaram o volume de importações de carne bovina do Brasil.
Pelo lado das commodities metálicas, o minério de ferro teve posição de destaque na contribuição positiva na variação do Índice de Preços ao Produtor. O principal fator que ocasionou a forte alta nos preços de minério de ferro em outubro foi a retomada da política de estímulos econômicos por parte do governo chinês. O resultado foi um reabastecimento de estoques de minério de ferro, o que gerou pressão nos mercados internacionais pelo produto.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,42%, o que representou uma aceleração em relação a setembro, quando variou 0,33%. Neste mês, as maiores contribuições estão no grupo de habitação, com a tarifa de energia.
- A falta de chuvas que o país tem passado fez com que os níveis de reservatórios ficassem abaixo da média, por isso, em outubro está em vigor, a bandeira tarifária vermelha patamar 2. Com isso, a tarifa de eletricidade residencial registrou alta de 5,51% em outubro, devido ao seu peso no IPC, o impacto foi de 0,21 p.p - ressalta Dias.
CLIQUE AQUI e faça parte do nosso grupo para receber as últimas do Noticia Max.
0 Comentários