O maior executor dos planos malignos da Família Manson, Charles Watson, o Tex, revelou em entrevista exclusiva ao jornal britânico 'The Daily Mail', neste domingo, dia 13 de julho, que não tem nenhuma esperança e nem sabe se quer sair um dia da prisão. Ele cumpre sete penas por assassinato e foi condenado à morte na época do seu julgamento - a sentença foi transformada em prisão perpétua quando a Califórnia decidiu abolir a pena capital por considerá-la inconstitucional.
Dos seus 79 anos, ele passou 56 atrás das grades. Já implementou 18 pedidos de liberdade condicional, todos negados. Nem mesmo a possivel soltura de uma outra integrante da quadrilha/seita comandada pelo serial killer Charles Manson lhe dá qualquer esperança - Patricia Krenwinkel teve sua liberdade condicional recomendada pelas autoridades prisionais, mas a decisão ainda depende de análises jurídicas e quem dá a última palavra mesmo é o governador do estado, no caso Gavin Newsom, que já negou a libertação dela em 2022.
"Um detento me fez exatamente essa pergunta esta manhã [se ele tinha expectativas que o que está acontencendo com Krenwinkel poderia se repetir com ele], enquanto voltava para a cela depois do café da manhã. Ele achou que isso me deu esperança, mas eu disse a ele: 'Eu fiz demais!'. Ele respondeu: 'Pelo menos você é honesto.'"
Watson também acredita que a conjuntura eleitoral não será favorável nem para ele, que pode entrar com outro pedido de liberdade condicional em outubro de 2026, nem para a outra ex-integrante da Família Manson. "É difícil para mim ficar animado por Patricia, já que o governador Newsom provavelmente concorrerá à presidência [pelo Partido Democrata] em 2028 e negará seu pedido por questões políticas", concluiu.
Tex, como era conhecido quando integrava o grupo fanático e criminoso, conheceu Charles Manson com apenas 19 anos por intermédio de Dennis Wilson, ex-baterista e vocalista da banda The Beach Boys. Em agosto de 1969, ele e mais três jovens seguidoras da filosofia degenerada de Manson, na qual por exemplo existiam mensagens cifradas no 'The White Album', dos Beatles, com convocação para uma guerra racial e que o guru era a reencarnação de Jesus Cristo, encaminharam-se para a casa da atriz Sharon Tate, grávida de oito meses, e do seu marido, o diretor Roman Polanski, que não estava no local, realizando filmagens na Europa.
Sharon Tate, à época uma das mulheres mais lindas do cinema, com papéis marcantes como em 'A Dança dos Vampiros', foi brutalmente assassinada com 16 facadas, a maioria delas desferidas por Watson. Também morreram na chacina os convidados da estrela que estavam na sua residência. Com o sangue das vítimas, foram feitas inscrições como 'Helter Skelter' (título de uma das músicas dos Beatles no 'Álbum Branco') e 'Pig' (há também a canção 'Piggies' no repertório do disco, mas também é uma referência ao apelido que a comunidade negra dá à polícia nos EUA). No dia seguinte, houve ainda outros assassinatos pelos mesmos mandante e executor - do casal Leno e Rosemary LaBianca.
Na ocasião, Tex se apresentava como carrasco com a seguinte frase às vítimas: "Eu sou o diabo e vim fazer o trabalho do diabo". Em 1971, ele se converteu ao cristianismo, tornou-se pastor e fundou até mesmo um ministério atrás das grades.
Ele também se casou com outra condenada, Kristin Svege, com quem teve quatro filhos - hoje, isso seria impossível já que as visitas íntimas foram proibidas no estado da Califórnia em 1996. Watson e Svege se divorciaram em 2003.
Mesmo se dizendo arrependido de seus atos, Charles Watson diz que não deve pedir liberdade condicional novamente. "Meus entes queridos não concordam [com a decisão dele de não tentar sair da cadeia]. [Mas] tenho quase 80 anos. Não que eu tenha perdido a fé! Tudo é possível em Cristo, mas aprendi a estar contente ou em paz, preso ou livre."
Vale lembrar que na versão de Quentin Tarantino para o caso, 'Era uma Vez em... Hollywood', com um desfecho completamente diferente do que aconteceu na vida real, Charles 'Tex' Watson é interpretado pelo ator Austin Butler.
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