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ESPORTE Segunda-feira, 11 de Agosto de 2025, 11:34 - A | A

Segunda-feira, 11 de Agosto de 2025, 11h:34 - A | A

bilheteria

Fla lucra mais no Maraca em um turno do que em todo Brasileiro de 2024

Clube chegou a faturar R$ 3 milhões em um jogo da Série A, quantia antes só alcançada em torneios mata-mata. Mudanças na operação do estádio serão tema de reunião nesta segunda

Globo Esporte

Se por um lado o sonho do estádio próprio ainda não saiu do papel e parece cada vez mais distante, por outro o Flamengo vem conseguindo um jeito de deixar o Maracanã mais rentável. Só neste primeiro turno do Brasileirão, o clube já soma R$ 19,6 milhões de lucro com bilheteria. Sem contabilizar o jogo contra o Mirassol no sábado, pois o borderô ainda não foi divulgado, já é quase R$ 1 milhão a mais do que arrecadou em todo o campeonato do ano passado.

A conta é feita pegando as rendas divulgadas no telão e diminuindo o valor das despesas, gerando um saldo líquido. Enquanto o jogo de maior arrecadação rubro-negra na Série A de 2024 registou R$ 1,7 milhão, na atual edição o clube já teve partida que bateu R$ 3 milhões (quantia que na temporada passada só foi alcançada em torneios mata-mata). Em média, o lucro do Flamengo no Brasileirão aumentou de R$ 1 milhão para R$ 2,1 milhões por partida no Maracanã.

2024
lucro total: R$ 18.721.984,90
maior lucro: R$ 1.731.683,81 (Flamengo 1 x 1 Vasco)
média lucro: R$ 1.040.110,27
maior despesa: R$ 2.107.139,01 (Flamengo 1 x 1 Vasco)
média despesa: R$ 1.825.518,41

2025
lucro total: R$ 19.677.180,8
maior lucro: R$ 3.064.971,11 (Flamengo 2 x 0 São Paulo)
média lucro: R$ 2.186.353,42
maior despesa: R$ 1.599.202,72 (Flamengo 1 x 1 Inter)
média despesa: R$ 1.447.846,73

As mudanças na operação do estádio inclusive serão tema de uma reunião na noite desta segunda-feira no Conselho Deliberativo do clube, na sede social da Gávea. Uma medida impopular adotada em alguns jogos foi deixar um setor inteiro fechado em jogos de menor apelo, o que gerou críticas de torcedores que preferem sempre assistir em locais que só abrem para a venda se houver demanda.

Recentemente, Diogo Lemos, ex-membro da antiga gestão, fez uma postagem no X (antigo Twitter) dizendo que houve uma redução drástica no valor cobrado de aluguel. Ou seja, as despesas do Rubro-Negro com os jogos teriam diminuído também porque o valor passou de R$ 350 mil para R$10 mil de um ano para o outro. No entanto, a medida tem impacto direto nos lucros da empresa que administra o estádio, gerida pelo próprio Flamengo e pelo Fluminense.

— A principal explicação não foi divulgada e nem é clara nos Boletins Financeiros dos jogos. Ela se dá pelo novo valor contabilizado para o aluguel do Maracanã. A Fla-Flu Serviços SPE S.A., empresa que administra o estádio, passou a cobrar R$ 10 mil no aluguel por partida. Anteriormente, a S.A. cobrava R$ 350 mil por jogo, pois esse era o valor estipulado no BP do Maracanã para cumprir com todas as obrigações do edital. Um incremento direto de R$ 340 mil na margem.

— (...) Isso tem o lado bom e o ruim: pagar um aluguel mais barato melhora a margem de operação por partida de quem aluga, porém reduz o resultado da Fla-Flu Serviços SPE S.A., o que também afeta a receita do Flamengo (o clube tem 65% da empresa). Ganha-se de um lado, perde-se de outro. Uma outra questão crítica é que a SPE pode ser obrigada a cobrar os mesmos R$ 10 mil para outro clube carioca que quiser jogar no Maracanã, afetando mais uma vez o seu resultado e, consequentemente, a receita do Flamengo, que, repito, é dono de 65% da S.A..

Uma fonte do clube garante que o aumento na arrecadação é "muito mais do que isso", e a ideia é explicar aos conselheiros. Analisando as despesas dos borderôs de maior lucro do Flamengo no Brasileirão em 2024 e 2025 até aqui, as maiores reduções aparecem em três rubricas: confecção venda e pré venda de ingressos, de R$ 233 mil para R$ 142 mil; ingresso promocional, de R$ 105 mil para R$ 83 mil; e despesas do estádio, que incluem desde aluguel às contas de água e luz, de R$ 1,2 milhão para R$ 680 mil.

A média de despesas operacionais dos jogos no Brasileirão no ano passado foi de R$ 1,8 milhão, enquanto na atual edição está em 1,4 milhão. Ou seja, uma redução aproximada de R$ 400 mil. Houve também um aumento nos preços das entradas, o que culminou em protestos da torcida no primeiro semestre. Em fevereiro, o presidente Bap defendeu os valores praticados:

— Os custos atuais não permitem, é tão simples quanto isso. São Paulo não tem gratuidades, não tem meia-entrada como tem no Rio de Janeiro. Os preços aqui são 35% a 40% mais baratos do que em São Paulo, e todo mundo reclama. Está tudo caro no Brasil. Para ter o time que a gente tem, dificilmente seria mais barato do que isso. Os custos do Maracanã, do Rio de Janeiro, do time do Flamengo e do futebol hoje em dia estão inflacionados. Não dá para praticar menos do que isso. Menos do que isso a gente perde dinheiro, aí você não pode ter um time como o que a gente tem hoje aqui, alegrando o coração de 45 milhões.

A princípio, a diretoria não pretende abordar a construção do estádio no Gasômetro na reunião desta segunda-feira, mas é provável que o tema seja levantado por conselheiros no encontro. A compra do terreno completou um ano no dia 31 de julho, mas uma reportagem do ge mostrou em imagens que muito pouco foi feito no espaço até aqui. Recentemente, durante a Copa do Mundo de Clubes nos Estados Unidos, Bap deu a seguinte declaração sobre o assunto:

— O estádio é um projeto para 50 anos. É um projeto. Minha promessa é a seguinte: eu jamais faço nada na minha vida baseado em emoção. Se a gente não tiver certeza absoluta que isso não empurra o Flamengo para virar uma SAF ou que vai comprometer a performance esportiva do Flamengo, eu não vou fazer o estádio. O estádio é importante, é um sonho, mas a gente esperou anos pelo CT, demoramos mais de 20 anos para fazer. Eu tenho o Maracanã por 19 anos. Eu tenho 19 anos para fazer isso (estádio). Temos que ganhar muita coisa ainda. Quando tiver mais dinheiro e mais clareza no projeto, a gente vai tomar a decisão.

 

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