As emergências internacionais declaradas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) em 2020 para a Covid-19 e em 2022 para a mpox (novo nome da varíola do macaco) "podem em breve deixar de ser uma emergência global prioritária" disse o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"Um ano atrás, a variante Ômicron matava 50.000 pessoas por semana, e na semana passada havia menos de 10.000, um número que ainda é excessivo, mas marca uma boa bandeja", disse Tedros em entrevista coletiva para revisar o trabalho da OMS em 2022.
No entanto, "o coronavírus não vai desaparecer, vai permanecer e os países tenderão a aprender a administrá-lo junto com outros problemas respiratórios, como a gripe", disse Tedros, que também avaliou que a queda de 90% dos casos de mpox convida ao otimismo em relação ao fim próximo desta crise sanitária.
"Percorremos um longo caminho e a situação agora está significativamente melhor, por isso o mundo está se abrindo novamente, mas o vírus (causador da Covid) veio para ficar, é quase parte da nossa família e a chave é como para administrá-lo", apontou Tedros.
"Sabemos melhor, temos ferramentas, como vacinas, tratamentos e, o mais importante, agora temos imunidade da população, tanto vacinada quanto naturalmente [pelas pessoas que passaram pela doença", acrescentou.
"O levantamento da emergência internacional [pela Covid] está nas nossas mãos, trata-se de garantir a proteção dos grupos de risco, como os idosos e as populações vulneráveis", complementou o diretor.
Os critérios para decidir se a pandemia de Covid deve ser uma emergência internacional serão analisados em janeiro na próxima reunião do comitê de especialistas que se reúne trimestralmente desde 2020 para analisar a evolução da crise sanitária, segundo Tedros.
O responsável máximo da OMS sublinhou que apesar de tanto a crise da Covid como a da mpox estarem diminuindo em número de casos, o mundo ainda enfrenta inúmeros desafios sanitários, e referiu neste sentido os surtos de cólera atualmente declarados em 29 países, incluindo o que matou 280 pessoas no Haiti.
"Até o ano de 2023 há motivos de esperança, mas também muito com o que se preocupar, e nesse sentido a OMS continua empenhada com os países membros na construção de um futuro mais seguro e garantido para as populações", sublinhou.
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