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INTERNACIONAL Sexta-feira, 08 de Agosto de 2025, 07:33 - A | A

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Conflito no Oriente Médio

'Erro', 'arriscado' e 'profunda preocupação': plano de tomar Gaza é criticado dentro e fora de Israel

Comunidade internacional reagiu à aprovação, pelo gabinete do premiê Benjamin Netanyahu, de plano para ocupar Cidade de Gaza

G1

O governo israelense de Benjamin Netanyahu recebeu críticas dentro e fora de Israel nesta sexta-feira (8) pelo novo plano de tomar o controle de toda a Faixa de Gaza, confirmado pelo premiê e aprovado por seu gabinete na quinta.

O gabinete de segurança e assuntos políticos de Israel anunciou ter aprovado um plano para ocupar a Cidade de Gaza, na região central do território palestino, que abriga cerca de um milhão de pessoas. Apesar de afirmar que a operação expandida incluirá o fornecimento de ajuda humanitária, há preocupações por um novo deslocamento em massa de palestinos.

O governo do Reino Unido chamou a expansão da ofensiva israelense de "errada" e pediu para que Israel reconsidere imediatamente a decisão. Já a China expressou "profunda preocupação", e a Turquia condenou fortemente a decisão e disse que Israel precisa interromper seus planos de guerra, e aceitar um cessar-fogo e negociar a Solução de Dois Estados.

"A decisão do governo israelense de intensificar ainda mais sua ofensiva em Gaza está errada, e pedimos que reconsidere imediatamente. A cada dia, a crise humanitária em Gaza piora e os reféns capturados pelo Hamas continuam sendo mantidos em condições terríveis e desumanas. Precisamos de um cessar-fogo agora", afirmou o premiê britânico, Keir Starmer.

O chefe de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, afirmou nesta sexta-feira que o novo plano de Israel causará mais mortes e sofrimento, e precisa ser "imediatamente interrompido". Turk também mencionou que a decisão vai contra a decisão da Corte Internacional de Justiça, que determina o término da ocupação de Israel em Gaza o mais rápido possível.

 “Essa nova escalada resultará em mais deslocamentos forçados em massa, mais mortes, mais sofrimento insuportável, destruição sem sentido e crimes nefastos. Em vez de intensificar essa guerra, o governo israelense deveria concentrar todos os seus esforços em salvar vidas de civis em Gaza, permitindo o fluxo total e sem restrições de ajuda humanitária. Os reféns devem ser libertados de forma imediata e incondicional pelos grupos armados palestinos”, disse Turk.

O governo da Alemanha disse que a decisão de Netanyahu aumenta o pessimismo pelo fim do conflito e que, por isso, desautorizará quaisquer exportações de equipamento militares a Israel até novo aviso. O comunicado alemão, no entanto, reiterou o direito israelense de se defender contra o Hamas.

O novo plano também gerou controvérsia dentro de Israel. Famílias de reféns e outros israelenses protestaram perto da sede do governo contra a nova medida e pediram o retorno imediato dos reféns que ainda estão sob poder do grupo terrorista Hamas em Gaza. Na capital Tel Aviv, ps protestos foram dispersados pela polícia com balas de borracha e bombas de efeito moral.

Ainda há cerca de 50 reféns israelenses no poder do Hamas, dos quais Israel estima que cerca de 20 estejam vivos.

Altos oficiais do Exército consideram a ofensiva expandida arriscada e temem que resulte em muitas mortes e riscos para as tropas. O comandante das Forças Armadas, Eyal Zamir, disse se opor ao plano por representar um risco às vidas dos reféns israelenses em poder do Hamas. Segundo Zamir, as tropas estão exaustas e há o perigo delas ficarem "presas" em Gaza com a nova operação.

A discordância de opiniões gerou uma briga entre Netanyahu e Zamir, segundo a mídia israelense. O general também se irritou por conta do filho do premiê ter o acusado de tentar incitar um motim contra o governo, algo que o comandante nega. Em resposta, o ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que o Exército "cumprirá" todas as diretrizes enviadas pelo governo.

Expansão da ocupação em Gaza

Netanyahu confirmou na quinta-feira, em entrevista à TV americana "Fox News" planos de ocupar a totalidade da Faixa de Gaza ao final da guerra, mas disse não ter a intenção de anexar o território, e sim estabelecer um "perímetro de segurança".

Segundo a mídia israelense, a nova investida terá duração prevista de quatro a cinco meses e terá como foco conquistar "novas e vastas" áreas da Cidade de Gaza, com ordens de evacuação à população local e, em seguida, operações militares com tanques de guerra em busca do grupo terrorista Hamas, em locais incluindo campos de tendas de refugiados pela guerra.

A expansão da ofensiva contra o Hamas em Gaza, que já conta com uma operação terrestre robusta desde outubro de 2023 e que se intensificou ao longo do tempo, ocorre após a divulgação de vídeos de reféns israelenses em estado esquelético, o que enfureceu o governo israelense. Um dos reféns afirmou em vídeo "estar à beira da morte", e outro apareceu cavando sua própria cova.

Em comunicado, o gabinete de Benjamin Netanyahu afirmou ter aprovado os planos do primeiro-ministro porque "a maioria absoluta dos ministros do Gabinete acreditava que o plano alternativo apresentado não alcançaria a derrota do Hamas nem o retorno dos reféns".

Segundo as informações divulgadas pelo governo israelense, foram aprovados também cinco princípios para o fim da guerra:

Desarmamento do Hamas;
Retorno de todos os reféns sequestrados — tanto vivos quanto mortos;
Desmilitarização da Faixa de Gaza;
Controle de segurança israelense sobre a Faixa de Gaza;
Estabelecimento de um governo civil alternativo que não seja nem o Hamas, nem a Autoridade Palestina.

 

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