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INTERNACIONAL Quinta-feira, 25 de Setembro de 2025, 14:24 - A | A

Quinta-feira, 25 de Setembro de 2025, 14h:24 - A | A

Discurso na ONU

Líder palestino condena ações do Hamas, defende Estado Palestino e faz aceno a Trump

Mahmoud Abbas falou por vídeoconferência na Assembleia Geral porque teve visto de entrada nos EUA proibido por Donald Trump. Ele também garantiu que o Hamas não estaria em um eventual novo governo palestino em Gaza

G1

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, falou nesta quinta-feira (25) na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em que líderes dos 193 países membros da ONU discursam no plenário da assembleia, em Nova York.

Em fala por videoconferência — após ter visto negado pelo governo Donald Trump, anfitrião do evento —, Abbas disse que "não haverá paz" enquanto não houver um Estado da Palestina. Mas também condenou e desafiou o grupo terrorista Hamas e se disse "pronto para trabalhar" com Trump, maior aliado de Israel. O presidente palestino defendeu ainda convivência pacífica com o Estado de Israel e criticou a campanha israelense em Gaza ("um crime de guerra e contra a humanidade", disse).

A Autoridade Palestina foi criada para gerir politicamente os territórios palestinos, mas, desde que o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza, após as eleições de 2006, a entidade só exerce poder de fato sobre alguns enclaves na Cisjordânia.

Veja, abaixo, os principais pontos do discurso:

Defesa do Estado da Palestina

"Quero deixar uma mensagem clara: não se pode alcançar paz sem Justiça, e a Justiça só será feita quando houver um estado da Palestina", declarou Abbas no discurso.

Defesa do Estado de Israel
Abbas — que governa a Cisjordânia, território palestino militarmente ocupado por Israel — também defendeu a existência do Estado israelense.

"Fizemos todos os nossos esforços para construir as instituições de um estado palestino moderno que viva lado a lado em paz e segurança com Israel", disse.

Condenação ao Hamas
Rival político do Hamas, Mahmoud Abbas também criticou o ataque do grupo terrorista a Israel em 7 de outubro de 2023, que iniciou a guerra na Faixa de Gaza.

"Apesar do que o nosso povo sofreu, nós rejeitamos o que o Hamas fez em 7 de outubro (de 2023). Esssas ações não representam o povo palestino", disse.

Futuro governo de Gaza sem o Hamas

O presidente da Autoridade Palestina também disse que o Hamas não vai ter participação em um eventual novo governo na Faixa de Gaza após a guerra — atualmente, o braço político do grupo terrorista governa o território desde que venceu as primeiras eleições realizadas em Gaza, em 2007.

"Afirmamos, e continuaremos a afirmar, que a Faixa de Gaza é parte integrante do Estado da Palestina, e que estamos prontos a assumir plena responsabilidade pela governança e segurança lá. O Hamas não terá papel na governança".

Defesa da entrega de armas pelo Hamas
Abbas também pediu que o Hamas entregue as armas.

"O Hamas e outras facções deverão entregar suas armas à Autoridade Nacional Palestina como parte de um processo para construir as instituições de um Estado, uma lei e forças de segurança legal. Reiteramos que não queremos um Estado armado".

Ele chamou os ataques de Israel em Gaza de "um crime de guerra e contra a humanidade, que está documentado e será registrado em livros de história". E acusou o governo de Benjamin Netanyahu de "usar a fome como arma de guerra".

'Onda de reconhecimentos'
O presidente palestino também agradeceu o apoio de países que, em série, reconheceram a Palestina como um Estado nos últimos dias, como Reino Unido, França, Canadá, Portugal e Malta.

Donald Trump criticou os gestos durante seu discurso na assembleia, na terça-feira (25).

"Agradecemos os 149 países que já reconheceram a Palestina como um Estado. Nosso povo não esquecerá", declarou.

'Pronto para trabalhar com Trump'
Apesar da forte aliança entre EUA e Israel, o líder palestino disse também que "estamos prontos para trabalhar com (o presidente dos EUA, Donald Trump), e todos os parceiros para implementar o plano de paz que foi aprovado em 22 de setembro".

Fome como 'arma de guerra'
Abbas, no entanto, acusou Israel de não cumprir com os Acordos de Oslo de 1993, que estabelecia um processo de paz por etapas no Oriente Médio até 1999 e a retirada de tropas israelenses da Cisjordânia e de Gaza.

Ele também acusou o governo de Benjamin Netanyahu de usar a fome na Faixa de Gaza como arma de guerra.

O discurso de Abbas ocorreu por videoconferência após ele ter tido o visto de entrada nos Estados Unidos, onde fica a sede da ONU, proibido pelo governo de Trump.

Em desafio à proibição, países membros da ONU votaram na semana passada em maioria uma resolução que aprovava a participação de Abbas de forma virtual — os discursos por videoconferência têm de ser previamente aprovados em votação.

Em 2022, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ainda impossibilitado de sair da Ucrânia por conta da guerra, também discursou por vídeo.

Assembleia Geral da ONU

A Assembleia Geral da ONU começou na terça-feira (23) e irá até o fim de semana. Ao longo do evento, os líderes dos países membros da ONU farão discursos no plenário da organização, onde os outros líderes e delegações acompanham as falas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump abriram a sessão na terça.

Em sua fala, o presidente norte-americano surpreendeu e elogiou Lula, apesar das sanções impostas ao Brasil por conta do julgamento de Jair Bolsonaro. Trump disse que ter encontrado com Lula nos bastidores e que houve "química excelente" entre os dois.

Na noite de quarta (24), em coletiva, Lula confirmou a "química" e disse que quer se reunir com o norte-americano, como ele propôs no breve encontro.

A reunião deve ocorrer na semana que vem, e ainda não se sabe se será de forma presencial ou virtual.

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